Após demissão de Costa e do seu governo, erguer alternativa política representativa dos trabalhadores e das suas lutas

Governo afundou-se nas suas negociatas, enquanto os serviços públicos e os trabalhadores são afundados pelo OE.

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Os movimentos populares contra as minas de lítio no Barroso, e nós mesmos, já há muito tínhamos denunciado os negócios que envolviam João Galamba com empresas interessadas nesse ‘el dourado’ que, à custa de danificar o ambiente, a vida das populações e a agricultura local, iria encher muitas contas bancárias. Agora, parece que as evidências obrigaram a outro patamar de investigação, com intervenção judicial. Mais um escândalo a envolver o governo Costa que desta vez levou à sua demissão.

Apesar da conversa demagógica do governo, a austeridade é para os trabalhadores e o povo. Somos nós, os de baixos salários e pensões, que temos ‘apertar o cinto’, restringir-nos na compra de alimentos e medicamentos, e os que tinham poupanças estão a esgotá-las para salvar a habitação (e pagar os créditos bancários).

Os governantes enaltecem os ‘indicadores económicos’ e as ‘contas públicas’ para fazer de conta que estão a fazer uma boa governação, mas o que fazem são os seus negócios próprios e favorecem os negócios e os lucros das grandes empresas e dos bancos. A privatização da TAP é mais um episódio dessas negociatas que tem de ser impedida.

O povo está com a sua vida cada vez mais difícil, a habitação é inacessível à maioria que a procura, os serviços públicos essenciais como a Saúde e a Educação continuam em crise e o SNS à beira de um colapso. A juventude não tem perspetivas de melhoria com a degradação da Escola Pública nem com empregos com salários dignos para poderem viver de modo independente, pagar uma casa, alimentação e gastos essenciais.

Esta é a dura realidade que temos de mudar. Mudar com a luta dos trabalhadores, particularmente dos trabalhadores da saúde e da educação, mas também mudar com o erguer de uma alternativa política que dê expressão a essas lutas laborais.

O governo Costa não teve uma oposição política digna desse nome, do lado da ‘esquerda parlamentar’. Infelizmente, por demérito destes partidos parlamentares que foram apoiantes da geringonça, a extrema direita, de modo oportunista, apareceu como a ‘oposição’ quando na realidade estes defendem uma ainda maior degradação dos serviços público em benefício dos interesses privados ávidos de ganharem muitos milhões também na Saúde e Educação. Hoje importa saber o que as grandes lutas dos trabalhadores significaram este ano: começar pela luta da Educação dirigida de forma democrática e combativa por um novo sindicalismo que quer a vitória em oposição ao sindicalismo tradicional, também a luta no SNS impulsionada por um movimento por fora dos sindicatos dominantes e outras greves e lutas, como as da justiça e da aviação organizadas pela base. Essas lutas decididas democraticamente quando foram intensamente atacadas nomeadamente com serviços mínimos ilegais, nenhum partido com assento parlamentar esteve ao lado desses milhares de profissionais e do seu elementar direito à greve.

Ou seja, faltou no parlamento uma força que juntasse forças com todas essas lutas nas ruas e nos locais de trabalho, reforçando-as e consequentemente aumentando a sua probabilidade de vitória. Concluindo, todas estas recentes lutas laborais, algumas delas em total oposição às lideranças sindicais e políticas (da CGTP e UGT), não correspondem às representações políticas parlamentares existentes e exigem o erguer de uma alternativa no campo político que seja expressão desta vontade de luta séria pelos serviços públicos e pelo respeito das condições de vida dos trabalhadores.

O MAS ergue, junto aos que lutam, uma alternativa anticapitalista, antissistémica, dos trabalhadores e da juventude.

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