1maio_2019

Primeiro de Maio de 2019


No Primeiro de Maio de 1886 os sindicatos norte-americanos decretam greve geral. A larga maioria da classe trabalhadora presente nos grandes aglomerados industriais dos Estados Unidos adere. Só em Chicago são 500 mil trabalhadores que saem à rua.

No mesmo dia, mas em 1891, o Congresso Operário Internacional, em França, lança uma manifestação «em homenagem às lutas sindicais de Chicago». A polícia intervém e morrem 10 manifestantes.1

É então que o primeiro dia de Maio vai ganhando uma dimensão efetivamente sindical e política. Em todo o mundo os trabalhadores adotam aquele dia para se manifestar e lutar por melhores condições de vida, contra o sistema capitalista e contra os seus regimes políticos. Mesmo nas circunstâncias mais difíceis e no quadro dos regimes autoritários, a luta nunca cessou – ainda que tenha sido acompanhada por períodos de refluxo político por parte daqueles que trabalham.

Hoje, perante a ascensão da extrema-direita em todo o mundo, os interesses imediatos daqueles que trabalham são todos os dias postos em causa. Portugal não é uma ilha à margem do sistema capitalista e os ecos dos movimentos reacionários já estão à vista de toda a gente, ainda que alguns baixem a cabeça como as avestruzes. Em Portugal e noutos lugares, os flagrantes limites de uma governação que se diz de esquerda mais não fazem do que empurrar parte da classe trabalhadora que diz representar para os braços de uma extrema-direita que cresce SEMPRE nestes governos interclassistas que pretendem agradar a todos acabando por não agradar particularmente a ninguém.

Não tenhamos dúvidas: as requisições civis nas justas greves dos enfermeiros, dos estivadores ou dos motoristas de matérias perigosas só favorecerão setores ultraconservadores à procura de um espaço político que já existe em todos os outros países europeus.

Por isso, o MAS apela a todos os trabalhadores e a todas as trabalhadoras, a todo o movimento negro e a todo o movimento feminista, a todos os movimentos antifascistas e a todos os sindicatos que se mobilizem e participem nas jornadas deste 1º de Maio. Todos juntos demonstraremos a força de todos aqueles que trabalham, a força de todos os oprimidos e sobreexplorados na luta contra o Governo das requisições civis, que pouco faz contra a violência doméstica e que perpetua a brutalidade policial nos bairros.Juntos construiremos o mundo projetado pela revolucionária Rosa Luxemburgo, esse «mundo onde sejamos socialmente iguais, humanamente diferentes e totalmente livres».

 

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