Em pleno verão preços da energia sobem, lucros das empresas de energia também

Desde o dia 1 de agosto até à data deste artigo os preços dos combustíveis subiram, em média e para gasolina e gasóleo, cerca de 20 cêntimos por litro.

As justificações avançadas pelo governo para estes aumentos são o aumento da taxa de carbono, há muito protelada pelo governo e implementada, curiosamente, no mês de férias e, também, ao aumento do preço das matérias primas. Ao mesmo tempo que assistimos, impotentes, a estes aumentos, saem na imprensa notícias a anunciar os lucros fabulosos das petrolíferas.

De acordo com o jornal Observador, a Shell teve um lucro no primeiro trimestre de 2023 de 9,6 mil milhões de euros, que corresponde a um aumento de 22,3% face ao mesmo período de 2022. Por cá, a Galp anunciou, de acordo com o jornal ECO, um aumento de 62% dos lucros, apenas 250 milhões de euros.

Não deixa de ser curioso que estes aumentos ocorram durante o mês de férias, em que o povo trabalhador anda a banhos e mais distraído. Não deixa, também, de ser cruel da parte do Governo a subida da taxa de carbono em Agosto, quando, precisamente por causa das férias, aumentam os gastos das famílias em combustível.

Também no setor da eletricidade se têm assistido a aumentos progressivos dos preços ao longo do ano. De acordo com o jornal eco, se o preço da eletricidade “apenas” aumentou 2,4%, já o gás teve aumentos na ordem dos 64%. A estes aumentos, corresponde, igualmente, um aumento dos lucros das empresas de energia. O caso mais gritante é o da REN, a empresa responsável pela gestão da rede de distribuição de eletricidade e gás em Portugal, que anunciou, de acordo com o Jornal de Negócios, um aumento dos lucros no primeiro trimestre de 2023 de 113,3%, cerca de 12,8 milhões de euros. Se relativamente à Galp, já referimos atrás o aumento de 62% dos lucros, a EDP, de acordo com o jornal ECO, também anuncia um aumento dos lucros no primeiro trimestre do ano na ordem dos 43%, para uns saudáveis 437 milhões de euros.

O que não fica, naturalmente, saudável, é a carteira do povo trabalhador que carrega estes lucros às suas costas numa situação económica cada vez mais difícil quando a estes aumentos se tem de somar o aumento do cabaz básico alimentar, das rendas, dos transportes e das telecomunicações.

Para contrariar esta tendência, o MAS defende:

– Fixação de preços máximos de venda dos combustíveis, da eletricidade e do gás

– Aumento da taxação dos lucros das empresas de energia

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