A invasão russa da Ucrânia levanta toda a série de questões fundamentais sobre o período histórico que atravessamos. Estamos na presença de um conflito entre os imperialismos ocidentais e o imperialismo russo, todos eles com pretensões expansionistas. A Ucrânia e o povo ucraniano são apenas a mais recente vítima dos interesses em confronto.
A intervenção da NATO é solução para o conflito? Putin alguma vez desempenhou um papel anti-imperialista? Existe alguma identificação entre a posição de Putin e a de Lenine? Qual a posição de Lenine sobre a questão nacional? O que propôs para a Ucrânia e todas as nacionalidades oprimidas depois da Revolução Russa? E qual a posição de Trotsky sobre a Ucrânia?
O artigo “20 anos de relações entre as elites ocidentais e Putin: dos “democratas” à extrema-direita autoritária” procura comprovar que o regime de Putin sempre batalhou para ser reconhecido, pela burguesia ocidental, como uma potência mundial, pelo que nunca cumpriu qualquer papel anticapitalista.
Em “Recuperar a memória, uma breve história da NATO” reavivamos o percurso da aliança, iniciada em 1949, para demonstrar não só o seu carácter bélico e imperialista, como o resultado das suas últimas intervenções no Afeganistão, Iraque e Líbia.
De seguida, em combate com muitas das falsificações históricas que têm vindo a lume, exploramos a concepção teórica de Lenine sobre a questão nacional, através do subcapítulo “A questão nacional e a autodeterminação nacional: ‘duas culturas’”, do livro vencedor do Deutscher Memorial Prize em 2015, “Reconstruindo Lênin – Uma biografia intelectual”, do autor Tamás Krausz, professor de História Russa e chefe do Departamento de Estudos da Europa Oriental na Universidade Eotvos Loránd, em Budapeste, publicado pela editora brasileira Boitempo.
Recuperamos as posições de Lenine sobre a Ucrânia, antes e depois da Revolução Russa, através do artigo “A Ucrânia”, publicado no jornal Pravda, Nr. 82, a 28 (15) de Junho de 1917, e do Projecto de resolução do Comité Central do Partido Comunista Russo (Bolchevique), “Sobre o governo soviético na Ucrânia”, proposto por Lenine, em Novembro de 1919.
E por fim, recuperamos também a posição de Trotsky, em 1939, duramente crítica à política seguida por Estaline na Ucrânia, através do artigo “A questão da Ucrânia”, publicado no jornal Socialist Appeal, órgão oficial do SWP americano, Vol. III Nr. 31, 9 de maio de 1939.