Palestina: extrema-direita sionista de Israel inicia genocídio étnico na faixa de Gaza

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Desde 1948 que o povo palestiniano resiste. Primeiro à ocupação, depois à invasão e agora ao cerco permanente do estado israelita ao seu território, sendo que hoje dois milhões de pessoas estão confinadas a um espaço de 365 km², correspondendo a uma densidade populacional de 6500 habitantes por km². Este território está totalmente vedado por um muro a norte e a oeste, colocado pelo estado israelita e a sul está a fronteira com o Egipto, altamente vigiada. Todas as entradas e saídas são controladas pelo exército israelita. A este problema óbvio soma-se a falta de emprego, água, luz, e condições básicas de vida. Apesar disto, o povo palestiniano vai resistindo, mas estão, naturalmente, criadas as condições para o desenvolvimento de todo o tipo de extremismos.

O ataque perpetrado, no passado dia 7 de outubro, pelo Hamas foi rapidamente aproveitado por uma extrema-direita no governo de Israel, que se encontrava enfraquecida devido à controversa proposta de reforma judicial, para iniciar um verdadeiro genocídio de palestinianos. A faixa de Gaza já era o maior centro de concentração a céu aberto do mundo. O Hamas com quem não partilhamos nenhum projecto de sociedade é o resultado de décadas de opressão e de mortandade de palestinianos. Têm todo o direito à resistência armada contra o verdadeiro Estado racista de Israel, um enclave inventado pelas potências ocidentais para melhor vigiar e controlar o médio oriente rico em petróleo. Foram basicamente essas as razões para a sua criação e não a cantiga de dar um estado a um povo sem estado. Há muitos povos no planeta que não têm estado e as potências ocidentais não tiveram nunca a preocupação de criar artificialmente um estado para as respectivas diásporas.

Netanyahu rapidamente tomou a dianteira e anunciou uma invasão a Gaza com o objetivo de destruir o Hamas. Logo a seguir choveram 6000 bombas sobre o território palestiniano matando indiscriminadamente homens, mulheres, idosos e crianças inocentes. Isto não é retaliação, é terrorismo de estado, perpetrado pelo governo de Netanyahu que aproveita a oportunidade para se fortalecer politicamente junto do povo israelita.

No momento em que este artigo é escrito, Israel emitiu um ultimato aos residentes do norte de Gaza para se deslocarem para sul porque, em nome da destruição do Hamas, vão arrasar o território. Não será o Hamas a ser destruído, será um povo inteiro a ser vítima de genocídio com a conivência do ocidente, com o apoio dos Estados Unidos e a União Europeia a assobiar para o lado.

A Shoah (o holocausto) não pode continuar a servir de desculpa para o genocídio do povo palestiniano.

Só a implementação nos territórios da Palestina, como existiam em 1948, de um estado laico onde todos, judeus, muçulmanos e cristãos, possam viver em paz e democracia, poderá pôr um fim a um conflito que dura há 75 anos.

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