Hoje, dia 10 de maio, Mamadou Ba, ativista antirracista, irá a julgamento por uma queixa de difamação apresentada pelo neonazi Mário Machado. Em causa está uma publicação de Mamadou Ba no Facebook, a 14 de junho de 2020, que refere Machado como “uma das figuras principais do assassinato de Alcindo Monteiro” que, como se sabe, foi perseguido por um grupo de skinheads, no dia 10 de junho de 1995, que começaram a agredi-lo com pontapés, socos e garrafas de vidro, enquanto o insultavam com ofensas raciais.
Alcindo Monteiro tentou fugir, mas foi alcançado e agredido novamente, sendo encontrado horas depois, gravemente ferido. Morreu no hospital alguns dias depois. Nessa mesma noite, outras 10 pessoas, todas negras, foram tratadas nos hospitais por terem sido espancadas. Do grupo de agressores fazia parte Mário Machado, condenado por oito crimes de ofensas corporais com dolo de perigo, a 4 anos e 3 meses de prisão.
Machado tem sido condenado várias vezes por crimes de racismo, discriminação racial, ameaças, ofensas à integridade física e outros crimes relacionados, sendo associado a grupos neonazis e fascistas em Portugal. O seu envolvimento em atividades criminosas e extremistas tem sido notícia, das quais o mesmo parece orgulhar-se.
Mário Machado é um líder de extrema-direita em Portugal, conhecido pelas suas posições nacionalistas, xenófobas e racistas, enquanto Mamadou Ba é um ativista antirracista, defensor ativo dos Direitos Humanos, conhecido pela defesa das minorias étnicas e de imigrantes em Portugal.
Se mais não houvesse a favor de Mamadou Ba, haveria a Língua Portuguesa, que é clara naquilo que foi escrito e Mamadou não fez mais do que constatar o óbvio: Machado fez parte do grupo que, a 10 de junho de 1995, depois de um jantar, saiu pelas ruas de Lisboa a agredir, por diversão, pessoas racializadas. Mais especificamente pessoas negras. E desse resultou a morte de Alcindo Monteiro.
Estamos em total solidariedade com Mamadou Ba, que tem sofrido ataques ferozes e hediondos, e, ainda por cima, tem agora de se sujeitar a um circo montado pela ascensão da extrema-direita, com a ajuda do Ministério Público, que decidiu colocar-se do lado de Mário Machado. Justiça para Mamadou Ba!
