É preciso uma greve geral europeia

Em obediência ao Fundo Monetário Internacional e à União Europeia, os governos europeus repetem como papagaios as medidas de cortes sociais. De Zapatero a Sarkozy, de Papandreou a Sócrates, todos aplicam planos de austeridade, de cortes nos gastos sociais, despedimentos, cortes salariais e aumento da idade da reforma.
Enquanto desmantelam os direitos dos trabalhadores ou sobem os impostos dos menos favorecidos, continuam facilitando a entrada em massa da banca privada na saúde pública e nos planos de reforma e desfalcam orçamento público com as suas generosas doações aos banqueiros. Um grande exemplo foi o multimilionário plano de resgate da banca, aprovado há um ano e que custou 700 mil milhões de euros ao erário público.
Para os capitalistas europeus, a batalha pelos mercados exige “competitividade” frente aos outros blocos imperialistas (EUA e Japão) e estão empenhados em consegui-la às custas de uma redução sem precedentes dos salários, direitos e benefícios (saúde, educação, pensões, etc.) dos trabalhadores.

Avançar num plano de luta europeu
Mas a resistência dos trabalhadores continua a crescer em intensidade e em extensão desde que começou a crise. (…) Mas enquanto as greves estendem-se a todo o continente europeu, a Confederação Europeia de Sindicatos (CES), à qual pertencem CC.OO (Comissões Operárias) e UGT [na Espanha], está a ser um freio à unificiação dessas greves; primeiro, porque são as suas organizações filiadas as que mantêm o isolamento estatal, evitando a generalização/europeização das mobilizações e, segundo, porque quando convocam alguma mobilização com carácter continental, como no passado dia 29 de Setembro, fazem-no de uma maneira simbólica, sem envolver os trabalhadores.
A mobilização contra os planos dos diferentes governos exige a quebra desse isolamento “nacional” e avançar num plano de luta que culmine numa greve geral europeia, para derrotar os planos de austeridade e ajuste decididos em Bruxelas.
Estamos diante de um desafio histórico: derrotar os planos que querem “devolver-nos aos anos 50”, como dizem os trabalhadores gregos, e impor outra saída à crise, uma saída operária e popular que enfrente as bases capitalistas da actual União Europeia. (…)

Por um plano operário de saída da crise
Os Orçamentos de Estado apresentados são os mais restritivos das últimas décadas. De novo a mesma lógica de fazer com que sejam os trabalhadores a pagar a crise e encher os bolsos dos capitalistas. (…)
É preciso desmascarar a falsidade de que “não há outras medidas possíveis”. Há outra saída para a crise! Não faltam dinheiro nem meios, o que sobra são ladrões. Por isso, Corriente Roja defende um plano de medidas de urgência em defesa dos trabalhadores e dos sectores populares. (…)

Enrique Ojeda e Angel Luis Parras – Corriente Roja (www.corrienteroja.net/)

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Um Novembro quente, numa Europa ao rubro