A guerra de genocídio de Israel contra a Palestina soma e segue, com os palestinianos encurralados, dizimados e constantemente alvo de terra queimada, genocídio e humilhações sem fim.
À poderosíssima máquina de guerra israelita/americana é fácil esmagar os “batalhões” de combatentes palestinianos, sob as bandeiras do Hamas e do Hezbollah, já que os milhões da Mossad compram agentes infiltrados em todo o lado, isto somado a uma infernal máquina de espionagem electrónica, levam a que Israel tudo saiba sobre o “inimigo”; Depois é só avançar com a aviação, blindados, a artilharia e fazer a varredura final com a infantaria.
Sendo, grosso modo, a Palestina um deserto, os combatentes palestinianos refugiam-se nas cidades. Sabendo disso, Israel mata dois coelhos com uma cajadada: Arrasa totalmente as cidades (e as tropas nelas refugiadas) e acaba com a presença palestiniana, obrigando os civis a fugir para o deserto, onde são alvo de “tiro ao pato”, sempre com a desculpa de haver combatentes pelo meio.
A república islâmica do Irão é inimiga irredutível dos sionistas e intervém no conflito israelo-palestiniano por procuração, apoiando o Hamas e, sobretudo, o Hezbollah; Ambos fazem uma guerra de desgaste que já foi de atentados contra judeus e agora é mais no lançamento de mísseis improvisados contra povoações e colonatos judeus fronteiriços. O Hezbollah está fortemente radicado no Líbano, onde a vertente partidária tem assento no parlamento e possui ramificações dedicadas ao apoio humanitário aos refugiados palestinianos.
Num ambiente de constante pressão militar e de expansão territorial israelita, criaram-se as condições ideais para a proliferação do extremismo religioso islâmico infiltrado no meio das povoações palestinianas, boa parte dele patrocinado pelo Irão e o seu regime fundamentalista. Os palestinianos vêem-se, assim, encurralados entre Satanás e Lúcifer, sendo que, neste estado permanente de guerra extremamente sangrenta, as populações civis são usadas como escudos pelo Hamas e Hezbollah, escudos pouco eficazes porque Israel bombardeia, sem qualquer cuidado para evitar baixas civis, dando, até, a ideia de que as procura.
Os supostos avisos de Israel antes de bombardeamentos não passam de maquilhagem, propaganda para confortar as ingénuas almas ocidentais.
A recente escalada do conflito armado está a levar ao arrasamento completo da Faixa de Gaza e já se estendeu ao Sul do Líbano, Iémen e Irão.
Ao abater um dos cabeças do Hamas em território iraniano, Ismail Haniyeh, Israel, querendo ou não, empurrou o Irão para uma guerra directa entre os dois países, para já, através de retaliações e o futuro dirá se a coisa vai escalar para a guerra total e declarada.
É sabido que o Irão irá retaliar militarmente sobre Israel à conta do assassinato de Ismail.
Provavelmente, para provocar uma guerra de nervos em Israel, a resposta militar do Irão irá demorar, deixando os militares israelitas e a Mossad exaustos, com a espera.
É bem provável que os serviços de informações iranianos estejam a fazer uma caça às bruxas, para apanhar espiões israelitas no seu território. Certamente o Irão estará a tentar fazer um bloqueio às suas próprias comunicações electrónicas, para secar essa fonte de informações à CIA/Mossad.
Não é preciso ser-se perito militar para se prognosticar que a retaliação será feita através de um ataque maciço de mísseis sobre Israel, em curto espaço de tempo e, provavelmente, simultaneamente a partir do Irão, Líbano e, eventualmente, da Síria, tudo para saturar o sistema antimíssil de Israel, o famoso e muito eficaz “Domo de Ferro”; Por mais eficaz que seja, se o ataque for avassalador, a probabilidade de haver mísseis que escapam a este sistema aumenta exponencialmente.
Várias questões complicam este provável ataque:
– Provavelmente o Irão não possui mísseis sofisticados de alta precisão;
– A distância das bases de lançamento aos alvos é enorme se aquelas se situarem no Irão, o que facilita a detecção e contramedidas de Israel;
– Os mísseis terão que sobrevoar o Iraque e a Síria, o que pode complicar diplomaticamente a acção;
– Se as manobras preparatórias para o ataque forem ostensivas, Israel/EUA irão detectá-las e preparar-se;
Portanto, pode acontecer que o Irão faça manobras de diversão para não dar a entender ao inimigo quando e onde vai acontecer o ataque;
Os ataques mútuos aos respectivos territórios, numa sequência de actos de “lavagem de honra”, provavelmente vão descer de intensidade, isto porque nenhuma das partes quer uma guerra total. Mas existe sempre a possibilidade de Israel retaliar fortemente, incomodando os seus aliados (EUA e Arábia Saudita) e, mesmo, fazendo o Paquistão (potência nuclear) entrar no conflito. Se isto acontecer, os EUA podem querer meter-se, o que fará a Rússia ficar com vontade de também “molhar a sopa”.
Se a escalada subir de tom, os países árabes podem ficar tentados a rever as suas alianças com o Ocidente e partir em socorro dos seus “irmãos”.
E é nesta fase que alguém pode pensar “Perdido por perdido, então aniquila-se Israel com um ataque nuclear e pronto”, ao que Israel responderia no mesmo grau. Esta possibilidade é remota, mas não é zero.
A China, embora tenda a apoiar diplomaticamente o Irão, só se meteria no conflito se os EUA aproveitarem a “barbuda” para dominar o Irão, algo que só um doido varrido, como o Trump, podia tentar fazer.
Em boa verdade, o regime iraniano é de tal modo execrável que levou a que não tenha nenhum aliado militar e tenha poucos aliados políticos, o que, em caso de guerra com Israel/EUA, é algo que os fará ter bastante cautela.
Por falar em Trump, esta guerra vai ser aproveitada pelo Trump para as suas ridículas fanfarronadas, culpado os democratas por tudo o que fizerem ou deixem de fazer, e gabar-se “Eu sou um político maravilhoso e comigo não haveria guerra nenhuma porque os meus amigos iranianos e israeleses me respeitam muito… ninguém sabe mais desses povos bíblicos do que eu”.
E a Europa?
A Europa irá ser a sanita dos EUA, e ficará a abanar a cabeça, a dizer que sim aos EUA, como faziam aqueles cãezinhos articulados que em tempos se colocavam junto ao vidro de trás dos Opel Cortina.
Por Fernando Fernandes