Estado português deve investigar Abramovich por crimes de guerra contra palestinianos

O Comité de Solidariedade com a Palestina pede à Procuradoria-Geral da República (PGR) para investigar o empresário russo e israelita Roman Abramovich por cumplicidade em crimes de guerra cometidos contra famílias palestinianas em Jerusalém ocupada.

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De acordo com uma investigação do jornal britânico The Guardian , Abramovich deu 100 milhões de dólares à organização extremista e violenta de colonos israelitas Elad, cuja missão é expulsar famílias palestinianas de Jerusalém ocupada e a construção de colonatos ilegais em terras roubadas.

De acordo com a IV Convenção de Genebra , subscrita por Portugal, colonatos nos territórios ocupados são crimes de guerra. Como cidadão português exigimos que a PGR abra um processo criminal com mandato de captura internacional para julgamento de Abramovich como cúmplice e financiador de crimes de guerra israelitas, amplamente documentados pela ONU e diversas organizações de direitos humanos .

A Elad – Fundação da Cidade de David – criada em 1986 com o objectivo de expulsar o maior número de palestinianos de Jerusalém oriental tem sido uma arma fundamental do apartheid israelita. Esse objectivo e os seus resultados funestos para a população autóctone da região mantêm-se até hoje, com a agravante de a Elad ter passado de associação hiperracista marginalizada a organização reconhecida e apoiada pelo Estado de Israel.

A sua táctica inicial era de escorraçar famílias palestinianas do bairro de Silwan para aí instalar famílias de colonos, aproveitando-se do anacrónico sistema jurídico israelita relativo à propriedade da terra ou alegando que nos confins dos tempos os locais de implantação das casas tinham pertencido a judeus. O apoio do Estado permitiu que, actualmente, a Fundação da Cidade de David tenha tomado conta das escavações arqueológicas na Jerusalém “ilegalmente” ocupada depois de 1967, podendo assim mais facilmente expulsar os habitantes palestinianos e confiscar-lhes as casas a pretexto de obras de interesse arqueológico e turístico. Esta tentativa violenta e criminosa de “ judaizar ” Jerusalém oriental à custa de uma autêntica limpeza étnica foi e continua a ser generosamente financiada por Roman Abramovich.

Revisão da Lei da Nacionalidade insuficiente

Na sua revisão da lei do “retorno” para descendentes de judeus sefarditas, exigimos que o Governo exclua explicitamente a atribuição de nacionalidade a soldados israelitas no ativo por estes estarem a contribuir para a violenta e criminosa ocupação e agressão israelita, que neste momento está sob investigação pelo Tribunal Penal Internacional .

Afirmamos: não há justiça histórica à custa da perpetuação da injustiça contra o povo palestiniano.

É tempo de o governo português investigar sem demora, ao abrigo da “jurisdição universal” , estas actividades criminosas tanto por parte de Roman Abramovich, cidadão israelita, como por parte de soldados israelitas no ativo que entretanto adquiriram a nacionalidade portuguesa.

Comité de Solidariedade com a Palestina

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