Muitos dos trabalhadores agrícolas, no nosso país (e em muitos outros países europeus), são imigrantes, e muitos enfrentam condições de trabalho semi-esclavagistas.
No Alentejo e Algarve, grande parte destes trabalhadores é “contratada” através de Empresas de Trabalho Temporário (ETT) e sobrevive com salários baixíssimos e em condições absolutamente precárias, inimagináveis para a maioria dos portugueses. Vivem na sua maioria amontoados em contentores, barracas, casebres e, no melhor dos casos, em casas sobrelotadas. Muitos pagam balúrdios por quartos partilhados, que as próprias empresas empregadoras subalugam para poderem ganhar ainda mais dinheiro além das fortunas que extraem na produção. Os que não têm documentos são presas fáceis para cartéis de empresas mafiosas (nacionais e estrangeiras).
Estamos perante mais uma degradante realidade que o Governo PS tem ignorado, ao longo dos últimos anos, e que a pandemia colocou a descoberto.
É urgente que o Governo PS faça o levantamento de todos estes trabalhadores imigrantes, assim como das suas condições de vida e de trabalho, através dos serviços sociais, sendo-lhes atribuído o direito à nacionalidade e autorização de residência. Este é o primeiro passo para resgatar estas pessoas das garras das máfias de mão-de-obra imigrante, reconhecendo-lhes os devidos direitos e dignidade humana.
Ao mesmo tempo, é igualmente urgente que BE e PCP pressionem o Governo PS para fiscalizar todas as empresas que fazem uso de mão-de-obra imigrante, desmantelando as redes de tráfico humano, colocando um fim às ETTs e combatendo as condições de vida e de trabalho sub-humanas em que estas pessoas são mantidas.