O Parlamento europeu deveria ser a primeira instituição a respeitar os seus trabalhadores, mas não é isso que acontece. Na realidade, o Parlamento Europeu mantém mais de 1500 intérpretes freelancers precários. São contratados quando o Parlamento precisa e ganham à hora.
Em tempos de pandemia e de redução drástica na actividade do Parlamento, foram deixados completamente à sua sorte, sem qualquer tipo de rendimento de emergência.
Dia 17 de Junho manifestaram-se pela terceira vez na praça do Luxemburgo, em Bruxelas, pedindo apoio de emergência por estarem sem qualquer fonte de rendimento. A Comissão europeia cancelou os contratos com estes profissionais, cerca de 1 500, entre os quais mais de 50 portugueses.
Estes contratos têm uma cláusula de cancelamento até 60 dias antes do dia do trabalho. A única proposta que receberam da Comissão Europeia foi de um contrato com pagamento antecipado , o que na prática equivaleria a um empréstimo e que iria deixar de for a maior parte destes profissionais. Seria um valor de €1300 a compensar em 3 a 6 meses.
Manifestaram-se a primeira vez dia 3 de Junho, novamente a 10 e depois a 17. Nesta senda, emitiram um comunicado de imprensa onde explicitam a situação e onde referem que representam mais de 50% do trabalho de interpretação que se faz no Parlamento. Aquilo que pedem é que seja criada uma solução ad-hoc que possibilite apoio de emergência não-reembolsável como prevê a base jurídica do Parlamento.
O MAS denuncia este atentado cometido pelo próprio Parlamento Europeu contra o mais elementar direito dos trabalhadores a terem apoio em situação de pandemia e desemprego, fruto da solidariedade apregoada pelas instituições europeias e está totalmente solidário com estes trabalhadores precários.
As instituições europeias deviam envergonhar-se de deixar ao total abandono 1 500 trabalhadores em plena situação de pandemia de Covid-19.
Até ao presente, nenhuma outra solução foi avançada pelo Parlamento Europeu e os trabalhadores continuam sem qualquer apoio.
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