Uma onda de mobilizações percorre a Europa. Para além dos países mais massacrados pelos planos de austeridade da União Europeia/FMI, estão presentes os trabalhadores dos países centrais, como Inglaterra e França.
Na Inglaterra, os trabalhadores das universidades, dos correios, professores e bombeiros estão a promover greves e mobilizações, mas de forma isolada, pois a burocracia não promove a unidade dos setores em luta.
Na França, apesar da traição da CGT que só quer fazer emendas ao plano de reforma de pensões do presidente Hollande, isto é, apoia a reforma com algumas alterações, a manifestação do dia 10 de setembro teve uma excelente adesão, com entre 300 a 400 mil trabalhadores nas ruas. Além disso, há a mobilização dos trabalhadores da Peugeot Citroën contra a redução dos salários que ameaça sair do controle da burocracia. Há ainda a luta dos trabalhadores ferroviários e dos funcionários dos hospitais.
Na Grécia, a Confederação Geral dos Trabalhadores (GSEE) convocou a 35ª greve geral para o próximo dia 6 de novembro, apoiada pela Confederação dos Sindicatos de Funcionários Públicos (Adedy). Na Espanha, no dia 24 de outubro, uma forte greve paralisou a educação. Uma verdadeira maré humana encheu as avenidas das principais capitais de províncias e das outras cidades. Além das manifestações, houve piquetes nas escolas, numa resposta aos ataques sofridos pela educação pública.
Na Itália, os dias 18 e 19 de outubro representaram dois momentos importantes da luta. No dia 18, organizações do sindicalismo de base promoveram um dia de greve geral, com protestos e manifestações em várias cidades da Itália: Roma, Milão, Florença, Bolonha, Piacenza, Nápoles, etc. Em 19 de outubro, as associações para o direito à moradia e os movimentos de luta contra a instalação de redes de TGV e sistemas norte-americanos de telecomunicações de alta frequência por satélite (MOUS) organizaram uma manifestação nacional em Roma, com muita participação de jovens.
Em Portugal, houve a greve dos CTT e estamos em plena mobilização do setor dos transportes, numa jornada que se estende até o dia 9 de novembro, contra os ataques promovidos pelo governo no Orçamento de 2014.
Mas, apesar de haver condições para uma resposta unificada e forte a nível europeu, a burocracia da Confederação Europeia de Sindicatos (CES) insiste em manter as lutas separadas. FMI, BCE e União Europeia, a conhecida troika, está unida em implementar o plano de destruição dos nossos direitos, mas dos falidos dirigentes da CES não passa pela cabeça que nos devemos unir também. Não vá isso impulsionar um movimento que eles não possam mais controlar…
JR