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Ditadura Assad massacra população civil com armas químicas

Ataque com gás venenoso pode ter matado mais de 1300 pessoas, entre mulheres e crianças.

Na madrugada desta terça para quarta-feira, a ditadura de Bashar Al Assad desferiu um brutal ataque com armas químicas na periferia de Damasco, matando centenas de pessoas, entre mulheres, idosos e, sobretudo, crianças, na região de Ghouta, subúrbio da capital. Este pode ter sido o ataque mais letal lançado por Assad contra a população civil. As imagens das vítimas fatais e do desespero do povo sírio frente ao ataque do governo estão a provocar  indignação em todo o mundo e revelam a verdadeira face desta ditadura genocida.

Segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos, o governo sírio lançou o armamento químico através de foguetes, atingindo as cidades de Ain Tarma, Zamalka e Jobar, região sob domínio do Exército Livre da Síria (ELS). Num país dominado por uma ditadura ferrenha, as únicas informações vêm dos civis, que estão a publicar imagens aterradoras dos mortos na Internet, incluindo salas repletas de corpos de crianças no chão. Especula-se que o número de mortos no ataque pode ultrapassar 1300.

As fotos e vídeos dos mortos difundidos pela oposição mostram vítimas sem qualquer ferimento aparente. Alguns feridos aparecem tendo convulsões e dificuldades para respirar, evidenciando o ataque químico, possivelmente com gás sarin. Esse gás actua sobre o sistema nervoso e causa náuseas, vómitos, dores de cabeça e contrações musculares, o que causa a morte minutos após a exposição. O seu uso é considerado crime de guerra pela Convenção de Genebra.

Com instalações e condições sanitárias já bastantes precárias devido ao cerco da ditadura Assad, a população atingida não tem acesso a tratamento adequado, principalmente o composto utilizado para combater os efeitos do sarin, a atropina. Um vídeo divulgado pelos rebeldes mostra um médico desesperado na região de Jobar, relatando a situação de caos em seu hospital. “Esgotamos nosso armazenamento de atropina e hidrocortisona. O número de mortos entre crianças e civis é enorme, eu tratei 50 crianças, todas mortas”, relata, em prantos. O médico relatou ainda que, pelo fato de as pessoas terem se refugiado a locais subterrâneos, sofreram ainda mais os efeitos do gás já que ele, por ser pesado, tende a permanecer nos lugares mais baixos.

O ataque ocorreu apenas três dias após um grupo de observadores da ONU ter desembarcado no país para investigar as denúncias do uso de armas químicas na guerra civil que já dura há dois anos. Até agora, o caso que mais levantava suspeitas sobre a utilização de gás químico contra a população civil pelo governo foi um ataque ocorrido em 19 de março na cidade de Hhan el Asal e que deixou 27 mortos e uma centena de feridos, grande parte apresentando irritações e problemas respiratórios.

Segundo a própria ONU reconheceu no mês passado, a guerra civil na Síria já deixou mais de 100 mil mortos, a maioria esmagadora de civis e rebeldes. Apesar da larga desvantagem bélica o povo sírio vem resistindo à ditadura Assad, cujo verdadeira face vem à tona nesse massacre. É hora das organizações de esquerda que ainda apoiam Assad fazerem uma profunda reflexão. É hora do mais incondicional apoio e solidariedade ao povo sírio e à luta contra a ditadura Assad.

Artigo publicado na página do PSTU (Brasil)

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