Revolução no Egipto: Mubarak fora, já!

Há quase 30 anos que o ditador Hosni Mubarak domina o Egipto através de uma política de medo, polícia secreta e perseguição. Fraudes eleitorais, prisões e mortes de todos os que contestassem o regime, tudo vale para manter o poder. Apadrinhado pelo imperialismo, numa área chave do Médio Oriente, o regime de Mubarak cumpre na perfeição o papel de cão de fila numa área tão delicada. É preciso não esquecer que o Egipto é, a seguir a Israel, o país que mais ajuda financeira e militar recebe dos Estados Unidos da América. Pela sua colocação geográfica, o Egipto é um tampão fundamental no conflito palestiniano, arrastando os países vizinhos para o domínio imperialista.

 

Até que o Cairo, Suez e restante Egipto se levantaram, no rastilho revolucionário iniciado pela Tunísia. Com uma vanguarda composta sobretudo pela população pobre e pela juventude, o povo egípcio resolveu reclamar a sua liberdade e sair à rua. De imediato, o governo de Mubarak respondeu com polícia e recolher obrigatório, mas a população não tem desarmado e tem combatido heroicamente pela queda do ditador. São muitos os confrontos e os mortos, sendo a Internet o veículo único de divulgação, já que o Governo egípcio tem tentado tudo – impedir o uso de telecomunicações, o uso do Facebook, fecho da Aljazeera – para que o mundo não veja a Revolução.

Hosni Mubarak mantém-se, à data deste texto, no poder. Obama, em nome do imperialismo mundial, já pediu a Mubarak que fossem tomadas medidas que encaminhem o Egipto para a paz. A paz de Obama, já se sabe, é o genocídio em Gaza e a manutenção dos alicerces do capitalismo, o que impedirá que o povo egípcio rompa o ciclo de humilhação e pobreza.

Na oposição a Mubarak destaca-se como principal figura Mohamed ElBaradei, prémio Nobel da Paz, que vive em Viena e retornou ao Egipto há alguns dias e já discursou na praça central do Cairo, onde milhares de pessoas estavam concentradas. ElBaradei tem sido, inclusive, crítico com a administração Obama, que quer encontrar uma solução “com o povo egípcio e com o Governo”. ElBaradei respondeu, e bem, “que se tem que fazer uma escolha (…) de um lado está um governo autoritário, do outro está um povo sem liberdade há 58 anos”.

ElBaradei tornou-se conhecido mundialmente quando, como director da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), entrou em choque com o então presidente norte-americano George Bush, ao apoiar o relatório desta agência que negava qualquer evidência de retomada do programa nuclear no Iraque. No entanto, ElBaradei não é um revolucionário, e o imperialismo parece depositar em si confiança. Ele poderá ser uma alternativa do imperialismo para impedir que o poder caia em mãos menos confiáveis e/ou para impedir que a revolução vá longe demais e atrapalhe os seus interesses na região.

Entretanto, no Cairo e noutras cidades egípcias, a polícia desapareceu e é a população que zela pela segurança dos seus bairros, auto-organizando-se. O exército não está a reprimir, pelo contrário, os soldados e capitães são cumprimentados pelos manifestantes, que em muitas imagens aparecem em cima dos tanques, chegando a lembrar o 25 de Abril.

É urgente que a revolução árabe vença. É preciso derrubar Mubarak e todos os ditadores árabes, que se proliferaram com o apoio do imperialismo, norte-americano e europeu. A nossa solidariedade para com os povos árabes e a sua revolução!

Toda a solidariedade com a Revolução Árabe!
Pela demissão do ditador Mubarak e demais ditadores árabes!
Pelo fim do domínio imperialista no Magrebe e Médio Oriente!

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Fora Mubarak! Pelo triunfo da revolução egípcia e árabe!