Depois do ataque aos barcos humanitários “Palestina Freedom Flotilla” e respondendo ao apelo dos sindicatos palestinianos, os estivadores da Suécia e Noruega decidiram aderir à campanha BDS (Boicote, Desinvestimento e Sanções) contra Israel. Na Suécia, os estivadores não descarregarão, ao longo de uma semana (por ser o máximo legal), nenhum contentor com produtos israelitas, muitos deles produzidos em colonatos ilegais. Já em Fevereiro, os estivadores de Durban, na África do Sul, recusaram-se a descarregar os contentores dum barco israelita, por considerarem Israel um estado que promove apartheid.
Björn Borg, líder do Sindicato de Estivadores da Suécia, visa repetir o protesto que o seu sindicato fez no passado contra o fascismo chileno e o apartheid sul-africano. Quando questionado sobre se esta acção poderá levar a despedimentos, Björn Borg afirmou que os estivadores estão a cumprir as leis internacionais de sanções a Israel e quem deveria impedir a chegada destas mercadorias seria a própria administração do porto de Estocolmo e Gotemburgo, da qual não espera grande colaboração. Influenciados pela grande coragem destes trabalhadores, no dia 7 de Junho, os sindicatos palestinianos lançaram um comunicado para que todos os estivadores do mundo participem nesta campanha.
Depois do cobarde assassinato de 9 activistas pelo exército israelita, que tencionavam quebrar o cerco à Faixa de Gaza, transportando consigo alimentos e medicamentos, a campanha BDS tomou um novo fôlego e agora ainda é mais pertinente participar nela. Sindicatos da Irlanda, Escócia, França, Austrália, Suécia, Noruega, África do Sul, entre outros, já aderiram ao boicote. Neste momento, é de destacar também um grupo de judeus solidários com a Palestina, que está a organizar um barco que vai tentar quebrar novamente o cerco à Faixa de Gaza.
Porque Israel continua a fazer da Faixa de Gaza um “inferno na terra”, impedindo a entrada de bens básicos, como comida, vestuário e medicamentos; porque Israel não pára de construir o muro do Apartheid, a aumentar o número de colonatos e a oprimir todos os palestinianos, é necessária uma forte solidariedade internacional. Aderindo à campanha BDS, os sindicatos e os trabalhadores de todo o mundo estão a ter um papel fundamental na solidariedade ao povo palestiniano. Aqui em Portugal, é importante que os sindicatos integrem esta campanha de boicote a Israel e cortem qualquer tipo de relação com a “Histadrut”, sindicato sionista-racista israelita, que explora e discrimina os trabalhadores árabes-palestinianos.
“Durante a luta contra o apartheid sul-africano, o mundo inspirou-se nas corajosas acções dos sindicatos de estivadores de todo o mundo, que se recusavam a descarregar contentores daquele país, contribuindo em grande parte para o fim do apartheid. Hoje, apelamos aos sindicatos de estivadores a fazerem o mesmo contra o apartheid e a ocupação israelita.” (Comunicado dos sindicatos palestinianos, 7 de Junho de 2010)
Pedro Varela