Declaração da Liga Internacional dos Trabalhadores – Quarta Internacional (LIT-QI), publicada poucos dias antes da entrada de tanques e veículos blindados israelitas em Gaza, em finais de Março, na primeira incursão de Israel naquele território após o genocídio praticado em Janeiro de 2009, quando o exército de Israel matou 1.400 palestinianos, a maioria civis. A tensão cresce nos territórios palestinianos, devido à política provocatória de Israel, que pretende ampliar os colonatos em Jerusalém e pressiona o Egipto para ultimar a construção de um muro subterrâneo ao longo de sua fronteira com Gaza, para impedir a passagem de palestinianos e reforçar o cerco. O Hamas classifica esta obra de “muro da morte”.
“No último dia 17 de Março, milhares de habitantes árabes palestinianos de Jerusalém Oriental (território que se encontra sob jurisdição directa do Estado de Israel) saíram às ruas para protestar contra diversas medidas do governo do primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu, no chamado Dia da Ira. Nos dias seguintes, os protestos continuaram em várias partes da Cisjordânia, como Hebron, com novos confrontos entre os palestinianos e as tropas de ocupação.
O episódio foi o pico de um confronto que vem crescendo junto com a repressão do governo. Em 5 de Março, por exemplo, tropas especiais da polícia israelita atiraram gás lacrimogéneo e granadas de efeito moral contra um grupo de árabes que também realizavam protestos. Como resultado, cerca de 50 pessoas, em sua maioria idosos, foram feridas e sendo-lhes impedido o atendimento médico. Uma semana depois, a passagem entre Jerusalém Oriental e o resto da Cisjordânia (território sob a administração formal da Administração Nacional Palestina – ANP) foi fechada por vários dias para evitar o crescimento dos protestos.
Duas medidas do governo de Netanyahu têm provocado a revolta dos palestinianos. A primeira foi a construção de uma sinagoga na chamada “esplanada das Mesquitas”, a região mais tradicional e sagrada para os árabes em Jerusalém Oriental, que, além de pôr em risco essas mesquitas, estabelece restrições para o acesso dos árabes às mesmas. A segunda medida é a continuidade dos assentamentos de colonos judeus e a construção de moradias para eles, tanto nos bairros árabes de Jerusalém como em seus arredores, consolidando assim o “cerco” que isola cada vez mais esta cidade da Cisjordânia.
Esses acontecimentos representam um facto novo. Nos últimos anos, os ataques israelitas (um verdadeiro genocídio) e a resposta do povo palestino estavam concentrados na Faixa de Gaza, localizada no lado ocidental da Palestina às margens do Mediterrâneo. Agora, o centro da luta deslocou-se para Jerusalém Oriental e a Cisjordânia, a leste. A Cisjordânia é controlada pelo governo fantoche da ANP, cuja “polícia palestiniana” reprime os protestos, como foi o caso dos protestos contra o Muro da Vergonha, construído pelo governo israelita, ou em apoio a Gaza, contra o genocídio perpetrado por Israel no final de 2009.
Apesar da crise e do desgaste da ANP, a estratégia do imperialismo continua sendo a dos “dois Estados”
Não é casual que isto ocorra. Os últimos acontecimentos em Jerusalém mostram as consequências da política dos “acordos de Oslo”, assinados em 1993 entre o governo israelita e a dilecção palestiniana da Fatah, encabeçada por Yasser Arafat, e apoiados pelo então presidente dos EUA, Bill Clinton. Depois de reconhecer o Estado de Israel e abandonar a luta contra ele, a Fatah foi recompensada por Israel com a autorização para formar a ANP na Faixa de Gaza e na Cisjordânia.
Supostamente, tratava-se das bases de um “futuro Estado palestiniano”, no marco da solução dos “dois estados” (um judeu e outro palestiniano) para a região. Um Estado que, caso fosse criado, seria uma impossibilidade económica e geográfica. No entanto, a ANP é, na realidade, uma administração colonial com poderes muito limitados (similar aos “bantustões” na época do apartheid sul-africano) e tem uma profunda dependência financeira de Israel e da ajuda externa.
A partir do momento em que controlou a ANP, a Fatah deixou de ser a corrente que expressava maioritariamente a luta do povo palestiniano contra Israel. A sua direcção e principais quadros se transformaram numa corrupta burguesia que vive da rapina dos fundos da ANP. Pior ainda, transformaram-se em agentes de Israel e do imperialismo, em seus cúmplices na repressão ao povo palestiniano, através da polícia da ANP. Por isso, é totalmente correcto comparar a ANP com os “judenrat” (em alemão, conselho judeu), as autoridades judias dentro dos guetos, criadas em 1941, que actuavam sob as ordens nazistas.
Esta realidade provocou um profundo desgaste na relação da Fatah com o povo palestiniano, algo que foi expresso na sua derrota frente ao Hamas nas eleições da ANP, em 2006. A derrota, posteriormente, resultou no confronto entre as duas organizações e no golpe de estado de Mahmud Abbas (presidente da ANP e máximo dirigente da Fatah). O golpe, porém, foi derrotado em Gaza, e as forças de Abbas foram expulsas dali. Contudo, ele manteve o controle da Cisjordânia. Por esse motivo, os contínuos ataques de Israel à Faixa de Gaza para desalojar o Hamas (o que não tem conseguido fazer) têm radicalizado ainda mais a luta do povo palestiniano.
O povo palestiniano já demonstrou por sua acção, e inclusive pelo voto, que não aceita esta administração colaboracionista e corrupta da Fatah e da ANP. Mas isso não altera um dado essencial: a estratégia política do imperialismo norte-americano é (mais que nunca) a conformação dos dois Estados, um judeu e outro palestiniano, que convivam sob o comando sionista. A existência da ANP dirigida pela Fatah, como triunfo dessa política, continua representando o fio condutor do imperialismo e de todas as instituições internacionais.
Choques entre Obama e Netanyahu ocorrem no marco de um acordo estratégico EUA e Israel
A imprensa mundial tem destacado os choques entre o governo de Barack Obama e a política do governo de Netanyahu. Estes choques evidentemente existem, mas é necessário ver porque ocorrem e quais são seus limites. Não se trata de uma ruptura entre EUA e Israel, mas sim de choques “tácticos” diante das realidades que cada um desses governos tem que enfrentar.
O Estado de Israel foi criado pelo imperialismo, em 1948, como um “enclave colonial militar”, uma espécie de grande base armada contra o mundo árabe-muçulmano e suas lutas. A sua criação, por um lado, usurpou o histórico território do povo palestiniano (uma parte do qual foi expulsa violentamente). Por outro, deu origem a um Estado de ideologia e legislação racistas, similar às dos nazistas ou ao apartheid sul-africano. Pela tarefa que lhe foi atribuída em sua criação, Israel é um “aliado estratégico” do imperialismo norte-americano (conceito que foi claramente reafirmado por Obama), e sua existência sempre será defendida pelo imperialismo.
Qual é a razão dos choques então? O governo de Obama enfrenta uma situação posterior à derrota militar da ocupação do Iraque, além do curso cada vez mais desfavorável da guerra no Afeganistão, que marcaram a derrota do projecto de Bush do “novo século americano”. Por isso, através de pactos e negociações, busca desactivar os diferentes “pontos quentes” desta situação mundial.
A crise da política dos acordos de Oslo, o impasse absoluto das negociações que derivariam deles e o recrudescimento do conflito na Palestina chocam-se, porém, contra esse objectivo. Para que não restem dúvidas sobre isso, o general Petraeus, chefe do comando central dos Estados Unidos e antigo responsável pelas tropas de ocupação do Iraque, declarou no Senado dos EUA: “Este conflito fomenta o sentimento antiamericano pela percepção de nossa preferência por Israel”. Ou seja, a ausência de avanços nas conversas entre palestinianos e israelitas e a percepção de que Washington favorece Israel no conflito afectam interesses vitais dos Estados Unidos.
Por isso, é do interesse político e militar dos EUA que sejam reactivadas essas negociações, avançando inclusive para a criação de um míni-Estado palestiniano, para tentar tranquilizar uma região fundamental, além de gerar condições para enfrentar melhor os outros conflitos, como os do Iraque e Afeganistão-Paquistão.
Isso se tornou importante para a sorte da estratégica região do Oriente Médio. Tanto é assim que o quarteto formado por EUA, União Europeia, Rússia e ONU pronunciou-se contrário à política de novos assentamentos na Cisjordânia. Ban Ki Moon, secretário-geral da ONU, esteve em Israel após a reunião do quarteto, onde reafirmou essa postura.
Claro que o imperialismo tem a política de encaminhar tudo isso através de seus agentes (Mahmud Abbas e Fatah) e não do Hamas. Mas, para isso, além de atacar o Hamas, precisa que o governo israelita faça algumas concessões à ANP para “manter viva” a negociação. Mas o governo de Netanyahu vem fazendo o oposto e, com isso, só agrava as tensões. Ao mesmo tempo, o governo Obama sofre o desgaste de não poder avançar em sua política. Essas são as razões de suas críticas ao governo israelita, no marco de manter a sua “aliança estratégica”.
Assim o expressou a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton: “Nossa meta continua sendo a mesma”. “É relançar as negociações entre os israelitas e os palestinianos numa trajectória de busca que levará à solução de dois Estados. Não tem ocorrido nada que afecte de alguma forma o nosso compromisso de dar seguimento a isso”, completou (La Nación, 19/3/2010). Contudo, como essa política não tem conseguido resolver os problemas mais graves do Oriente Médio, ocorre um desgaste de Obama em relação aos povos árabes e no seu poder de influenciar os governantes de Israel.
As razões de Netanyahu
Por sua vez, a política do governo de Netanyahu obedece à combinação de dois aspectos. Em primeiro lugar, por seu próprio carácter de “invasor colonial”, Israel precisa esmagar totalmente os palestinianos. O seu objectivo máximo seria expulsá-los de Jerusalém e da Cisjordânia. Ou, ao menos, reduzi-los a pequenos povoados sem possibilidades de defesa. Por isso, Netanyahu tem amplo apoio interno para não aceitar as restrições à expansão das colónias e à usurpação das terras árabes de Jerusalém Oriental.
Em segundo lugar, Israel não pode aceitar, sob nenhuma condição, que um país árabe ou muçulmano possua armamentos para desafiá-lo, como poderia ser o caso do Irão, com o desenvolvimento da energia nuclear. Finalmente, o que justifica a existência de Israel como “bastião do Ocidente”, isto é do imperialismo, é a sua capacidade de intervenção militar. Por isso, Israel conta com a aquiescência dos seus aliados imperialistas – como sempre fizeram – para as suas iniciativas genocidas e provocações. Mas há um limite para toda essa actuação, que é justamente a dependência financeira e militar de Israel em relação aos EUA. Sem esse apoio, Israel não teria a menor possibilidade de sobrevivência.
O Estado de Israel sofreu um golpe muito grande em sua imagem de “superioridade e invencibilidade militar” quando se viu questionado pela derrota militar no Líbano, em 2006, e por não ter conseguido submeter a Faixa de Gaza, em que pese todo o armamento empregado, o cerco que mantém sobre este território e o genocídio cometido em 2009. Essa realidade provocou uma crise política em Israel e – em coerência com o seu carácter de habitantes de um enclave colonial – um giro ainda mais à direita do eleitorado israelita, para posições cada vez mais racistas e anti-árabes.
O governo de Netanyahu abandonou qualquer tentativa de roupagem “democrática” ou de “esquerda” e seus membros, como o ministro de Relações Exteriores, Avigdor Lieberman, ou seus aliados parlamentares, como Aryeh Eldad, do partido Ichud Leumi, expõem sem rodeios seu racismo de cunho nazista ou o projecto de expulsar os mais de cinco milhões de palestinos de Jerusalém, Gaza e Cisjordânia para construir a Grande Israel em todo o território histórico da Palestina.
No entanto, não é esse o objectivo imediato de sua política. O que Netanyahu busca, ao aprofundar uma política já iniciada por seu antecessor, Ehud Olmert, é postergar a retomada das negociações tipo Oslo para, antes destas serem reiniciadas, apresentar factos consumados que façam os palestinianos aceitarem a renúncia à sua luta histórica. E, enquanto isso, avançar o máximo possível sobre o território da ANP (fundamentalmente no controlo de terras, cursos de água e estradas da Cisjordânia e, em especial, de Jerusalém) para que, inclusive, se Israel for obrigado a aceitar a criação de um “Estado palestiniano”, que este não seja mais que um punhado de aldeias e cidades totalmente dependentes económica e militarmente de Israel e cuja administração esteja sob o seu controlo total, ainda que tenha formalmente o nome de “Estado independente”.
Mas, ao aplicar esta política, tal como já vimos, agrava os confrontos na região e entra em contradição com a política que Obama tenta aplicar, ao mesmo tempo que aprofunda o seu desgaste pela impossibilidade de levá-la adiante, o que gera a crise que vemos hoje entre Netanyahu e Obama.
A viagem de Lula
É neste marco que se dá a viagem do presidente brasileiro, Luis Inácio Lula da Silva, à região, apresentada por alguns meios de comunicação como uma “tentativa independente” de “abrir novos caminhos de paz” no Oriente Médio. A realidade é bastante diferente. Consciente do desgaste das expectativas que a sua ascensão ao poder gerou em sectores árabes e palestinianos, Obama enviou o seu “amigo” Lula para que, aproveitando-se do seu prestígio mundial como dirigente de “esquerda”, conseguisse manter um diálogo aberto com estes sectores e evitasse a sua imediata radicalização. Neste sentido, a viagem de Lula, longe de ser “independente”, foi, realmente, para jogar um papel de “ala esquerda” da política imperialista.
Lula foi muito claro ao expressar que todo o seu esforço estava destinado a tranquilizar a situação, inclusive pressionando Netanyahu para se chegar à solução dos “dois estados”, como disse no Parlamento israelita. Isto é, uma política totalmente vinculada ao plano estratégico imperialista e à aceitação do Estado racista de Israel.
Ao mesmo tempo, é necessário dizer que o Brasil mantém fortes laços comerciais com Israel, expressos no acordo Mercosul-Israel, e importantes investimentos na região, especialmente no Líbano. Isto é, foi uma visita que também buscava “cuidar dos negócios”.
Lamentavelmente, ainda hoje, a grande maioria da esquerda mundial se mantém no campo dos “dois estados”, em nome da “paz”. Apoiam, em geral, a ANP como “representante legítimo do povo palestino” e apontam como perspectiva a criação do míni-estado palestiniano, apostando nos esforços da ONU e tratando somente de discutir onde devem estar as fronteiras ou o papel de Jerusalém, mas aceitando a existência do Estado racista de Israel e a convivência com ele.
Mais do que nunca, deve-se apoiar a luta dos palestinianos
É neste marco que se estão a dar as condições para uma “terceira Intifada”. Mas esta não será como as anteriores, só contra Israel, mas, também, contra a ANP e as suas autoridades. Os acontecimentos em Jerusalém Oriental indicam esta possibilidade. Hoje, a política cada vez mais dura do governo de Benjamín Netanyahu faz que Mahmud Abbas, a Fatah e os seus aliados não possam oferecer ao povo palestiniano nem sequer uma mínima concessão formal que justifique a aceitação da ANP.
O Hamas, por sua vez, não só tem apoiado os recentes protestos, mas também foi um dos convocantes do Dia da Ira. Nos dias seguintes, as massas saíram às ruas espontaneamente sem que houvesse um chamado do Hamas. O mais preocupante, no entanto é que, no actual contexto de extensão da luta palestiniana, o Hamas mantém duas políticas profundamente equivocadas. A primeira refere-se às negociações com o governo egípcio de Hosni Mubarak, um claro cúmplice de Israel e do imperialismo na política de isolar e derrotar pela fome a Faixa de Gaza. Por exemplo, Mubarak está a construir um muro com tecnologia ultramoderna provida pelo imperialismo para impedir o funcionamento dos túneis clandestinos pelos quais passam alimentos e medicamentos do Egipto a Gaza.
A segunda política que consideramos equivocada refere-se à manutenção do chamado a Abbas e à Fatah (os agentes do Estado de Israel e do imperialismo dentro de Palestina!) para a formação de um governo de “unidade nacional”. Este tipo de “unidade nacional” com os colaboradores da ocupação só serviria para enganar os lutadores e preparar a entrega final da causa palestina.
De nossa parte, da Liga Internacional dos Trabalhadores – Quarta Internacional (LIT-QI), reafirmamos o nosso apoio incondicional à luta do povo palestinianoo e repudiamos estes novos ataques e a repressão do governo de Netanyahu.
Ao mesmo tempo, assinalamos que é necessário tirar as conclusões de tudo o que ocorreu nos últimos anos. Em primeiro lugar, que a política da ANP – resultante dos acordos de Oslo – transformou-se numa armadilha contra a luta do povo palestiniano pelo seu carácter de “administração colonial”. Em segundo lugar, caso se crie um míni-estado palestiniano, este não terá nenhuma possibilidade de existência real e estará condenado a viver sob as botas de Israel, como uma administração colonial encarregada de controlar o seu povo.
Isto significa que não haverá nenhuma verdadeira solução sem a destruição do Estado nazista de Israel (verdadeira causa dos conflitos na região) e a construção de um Estado palestiniano único, laico, democrático e não racista; onde os palestinianos que foram expulsos possam retornar às suas terras e nas quais os judeus ali residentes aceitem os direitos dos palestinianos à terra e, se assim o quiserem, possam manter-se ali e conviver em paz com os seus vizinhos.
Esta tarefa supõe a necessidade de uma Terceira Intifada para derrotar Israel. Nessa luta, não pode haver nenhuma unidade com os agentes do sionismo e do imperialismo dentro do povo palestiniano, como Mahmud Abbas e a ANP. A unidade palestina que verdadeiramente serve é aquela que organize e impulsione a Terceira Intifada e, nessa luta, também derrote a ANP. É necessário, então, que o Hamas deixe de defender a unidade com a Fatah e, junto às outras forças de resistência, enfrente os invasores sionistas e os seus cúmplices da ANP.
Uma luta que também terá outras tarefas concretas, como derrubar os governos pró-imperialistas e sócios de Israel, como o regime ditatorial de Hosni Mubarak, no Egipto, que joga um papel sinistro no isolamento da Faixa de Gaza. Por outro lado, chamamos organizações como o Hezbollah, que ganhou um imenso prestígio entre as massas árabes e muçulmanas por seu triunfo contra o exército israelita, em 2006, a romperem a sua política de “unidade nacional” com os sectores burgueses pró-imperialistas do Líbano e a intervir activamente nesta luta contra Israel.
Mas a luta pela destruição de Israel, para ser vitoriosa, não pode ficar só nas mãos do povo palestiniano. É necessária a luta de todos os povos árabes e muçulmanos, que continuam sendo profundamente solidários com os palestinianos, como foi demonstrado pelas mobilizações em Beirute (Líbano) e em Istambul (Turquia). Para que essa luta seja triunfante é fundamental também que ela seja tomada pelas massas trabalhadoras de todo mundo. Que se mobilizem internacionalmente até derrotar esse estado racista e genocida que envergonha a humanidade.
Por isso, propomos a realização de uma grande campanha de solidariedade com o povo palestiniano da mesma forma quando do genocídio infligido a Gaza. Deve-se pôr em marcha os trabalhadores e povos e estender o boicote comercial a Israel (sem receber produtos dessa origem ou entregar com esse destino) em todo mundo, seguindo o exemplo dos portuários australianos, sul-africanos e outros sindicatos durante o ataque a Gaza. Deve-se exigir dos governos a imediata ruptura de relações diplomáticas e comerciais com o Estado nazista de Israel. Deve-se manter sem descanso a mobilização nas ruas pela libertação do povo palestino.”
São Paulo, 21 de Março de 2010.
Liga Internacional dos Trabalhadores – Quarta Internacional (LIT-QI)