Europa levanta-se contra a austeridade

Duas fortes greves gerais, no Estado Espanhol e em Portugal, e manifestações, ações de solidariedade com os países mais afetados pelas medidas de austeridade e greves parciais marcaram este dia 14 de novembro em mais de 20 países na Europa.

No Estado Espanhol, as centrais sindicais CCOO (Comisiones Obreras) e UGT estimam uma adesão de 75%. Pararam grande fábricas de automóveis, como Nissan, Opel, Seat, Peugeot e Volkswagen; indústrias siderúrgicas, químicas e da construção; e até os canais públicos de televisão não tiveram noticiário, porque jornalistas e funcionários aderiram ao movimento.

Foi uma greve participada, com gigantescas manifestações em várias cidades e confrontos com a polícia, sempre a atuar com muita agressividade contra os manifestantes. Mais de 80 pessoas foram detidas, e houve mais de 30 feridos. Em Madrid, os autocarros em serviços mínimos foram escoltados pela polícia.

No país Basco, o movimento grevista ficou abaixo do esperado porque os sindicatos “nacionalistas” não convocaram a greve, alegando que esta fora organizada pelos sindicatos “espanholistas”, causando uma divisão do movimento operário e debilitando a greve geral.

Grande manifestações estudantis em Itália

Em Itália, a greve de 4 horas obteve uma adesão superior à esperada, principalmente dos estudantes. A convocação da greve foi feita pela Confederação Geral Italiana do Trabalho (CGIL), que a limitou a quatro horas, mantendo a sua política de pressão ao governo para abrir negociações, em vez de lutar para parar os ataques promovidos pela troika, com o total apoio do governo de Mario Monti.

Ainda assim, desde a primeira hora da manhã, dezenas de milhares de manifestantes protestaram em 87 cidades de Itália contra os cortes na educação e o aumento do desemprego. Especialmente importante está a ser a mobilização do estudantes contra os cortes na educação feitos pelo governo. Em algumas cidades os estudantes manifestaram-se junto com os professores.

Em Milão, os estudantes foram os grandes protagonistas das mobilizações, que originaram cortes de ruas no centro da cidade e momentos de tensão. Manifestantes arremessaram lixo contra uma sucursal do Deutsche Bank; tentaram ocupar o escritório do Parlamento Europeu, defendido por polícias. Durante o confronto cinco polícias ficaram feridos. Além do protesto estudantil, houve greve dos transportes na cidade.

Greve na Grécia e manifestações

Depois de, na semana passada, ter realizado dois dias de greve geral contra mais um orçamento de austeridade, os trabalhadores greve fizeram hoje 3 horas de greve e manifestações. Na Bélgica, os comboios de alta velocidade Thalys não tiveram um funcionamento normal, com várias interrupções. Em Bruxelas, centrais sindicais junto com a Confederação Europeia de Sindicatos concentraram-se em frente às embaixadas da Grécia, Portugal, Espanha e Itália, onde entregaram cartas de solidariedade aos povos desses países.

Manifestações foram realizadas em França, Inglaterra, Alemanha, Áustria, Luxemburgo, Polónia, Dinamarca, Holanda, Suíça, Suécia, Roménia, Finlândia, República Checa e Eslovénia.

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