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João Semedo

João Semedo faleceu esta manhã (17 de Julho).

João Semedo nasceu a 20 de junho de 1951, em Lisboa, cidade onde frequentou o Liceu Camões, e onde se veio a licenciar na Faculdade de Medicina de Lisboa, em 1975. João Semedo, como gostava de afirmar, teve uma vida plena. Dedicou-se à medicina e à politica desde bem cedo. Pese embora, esta última tenha sido a vertente em que mais se ocupou e à qual dedicou a sua vida. Iniciou a sua atividade política em 1967, na sequência da tragédia das cheias, que assolaram a cidade de Lisboa.

Em 1972, adere à União de Estudantes Comunistas (UEC) e ao Partido Comunista Português (PCP). Rapidamente é eleito para direção da Associação de Estudantes da faculdade de medicina. Em 1973, é preso, ficando duas semanas em Caxias.

Depois do 25 de Abril, torna-se funcionário do PCP, cargo que ocupa até 1991, altura em que se demite por divergências políticas crescentes. Posteriormente, em 2003, J. Semedo rompe com o PCP. Anos mais tarde, em 2007, adere ao BE (o BE tinha sido fundado, com a nossa presença – Ruptura/FER antes, e MAS hoje -, em 1999). No seio do BE, valha a verdade, pese as inúmeras diferenças que esgrimimos com este dirigente respeitável, conhecemos um João Semedo afável e que … escutava. Coisa rara, por vezes, na esquerda em que todos nos inserimos. Provavelmente, para além de traços de personalidade de homem acessível, culto e interventivo, o tenha marcado também os vários anos de experiência com um partido (o PCP) que não prima pela democracia interna.

Fica-nos na memória também um João Semedo que nunca se cansou de defender o SNS, ao qual esteve muito ligado por razões profissionais e políticas. É certo que muitas vezes divergimos, quer no BE a que pertencemos até 2012, quer posteriormente. Nomeadamente, no apoio ao actual governo PS. Considerado como positivo até na nota em sua memória, feita pelo portal do BE.

Mas nada dessas divergências nos tolda a visão de um homem com um trajeto combativo que presidiu a toda a sua vida. Aqui ficam as nossas condolências aos seus familiares e amigos, e a homenagem do MAS que com ele teve o prazer de conviver. Até sempre, camarada Semedo.

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