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Chega de Golpe: Diretas já e Eleições Gerais

O escândalo da JBS atingiu duramente o Governo Temer. O Presidente no exercício do mandato pagou pelo silêncio de Cunha. Ao que parece tudo está gravado e uma série de áudios foi entregue ao Ministério Público pelos donos da JBS.

Grande mídia e capital financeiro giram contra Temer

A grande mídia operou uma virada brusca nesta quarta feira, 16 de maio. Por entender o caráter da imprensa brasileira, sabemos que não se trata de apenas noticiar um novo fato político, mas de uma tentativa evidente de dar uma saída política para o Brasil por fora de Temer.

Os executivos do mercado financeiro pressionam para que Temer renuncie nesta quinta feira, 18 de maio. O dólar subiu, a bolsa despencou. O capital financeiro deu seu recado.

Os executivos da JBS já estão neste momento em Nova York negociando um acordo de leniência com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos.

Um novo acordo nacional está sendo negociado. E, portanto o debate sobre a ordem sucessória está sendo feito, junto com inúmeros cálculos políticos. Os analistas da Globo News esforçaram-se nesta noite em dois sentidos, o primeiro e categórico é que a continuidade de Temer é insustentável, o segundo é a necessidade de um acordo para estabilizar Brasília e aplicar as reformas.

A nova direita disputa os cenários

O MBL, movimento de direita lançou a campanha: “Renuncia Temer”. O Vem Pra Rua está pelo “Prendam Todos: Temer, Dilma, Lula e Aécio”. Ronaldo Caiado, senador do DEM pede a renúncia de Temer e no seu twitter defendeu antecipação das eleições presidenciais.

Um protesto da direita está marcado para este domingo. Pelo visto a nova direita tem intenção de disputar, não apenas as saídas políticas, mas também o espaço das ruas.

Ocupar as ruas para derrubar Temer e as reformas

Os últimos protestos da direita foram um desastre porque a população está contra as reformas. Neste tema a grande mídia e a nova direita estão isolados. Mesmo depois de uma ofensiva campanha 71% da população está contra a PEC 287 – Reforma da Previdência.

Dezenas de protestos já estão marcados para essa quinta-feira(18/05) por todo o país. No Domingo, as Frentes Povo sem Medo e Brasil Popular convocam atos por todo o Brasil. Na quarta feira, dia 24, a marcha nacional em Brasília ganha ainda mais importância.

É hora da classe trabalhadora entrar em campo, com os protestos e também uma nova greve geral. Todos os poderosos que estão contra Temer neste momento também defendem as reformas e tentarão todas as formas para mantê-las, apesar da crise política monumental.

Diretas Já e Eleições Gerais

Caso Temer renuncie ou ocorra um impeachment a Constituição determina que são chamados a exercer o cargo de Presidente da República pela ordem: o presidentes da Câmara dos Deputados, do Senado Federal e do STF.

Rodrigo Maia (DEM) e Renan Calheiros (PMDB) são alternativas pavorosas, ambos são representantes da velha direita. Inimigos da classe trabalhadora e dos pobres são representantes do que há de pior na política. Estão todos acusados de corrupção.

Carmem Lucia, atual Presidente do STF representa uma saída perigosa e bonapartista. Por ser do judiciário tem uma aparência técnica e imparcial, quase apolítica. Mas a Ministra mineira defende enfaticamente as reformas que retiram direitos, tem lado e posicionamento claro.

Qualquer dessas três figuras teria um mandato tampão, enquanto o Congresso seria encarregado de uma nova eleição indireta. É evidente que o Congresso não tem legitimidade para votar em nome do povo. Chega de Golpe. Queremos votar para Presidente, por isso a defesa das eleições diretas já é extremamente urgente.

E porque eleições gerais? Defender eleições gerais significa que o pleito não seria apenas para escolher um novo presidente, mas também para eleger outro Congresso Nacional. Na situação brasileira é uma medida democrática básica, já que o Congresso perdeu qualquer legitimidade, seja porque está envolvido em todos os escândalos de corrupção, seja porque tem aprovado a toque de caixa mudanças constitucionais na contramão da vontade popular.

É tempo de ocupar as ruas!

 

Editorial 18 de Maio, Esquerda Online

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