Soubemos com o maior pesar que hoje, dia 23 de Setembro, faleceu a nossa camarada Cecília Toledo, a Cilinha, para os mais próximos. A Cecília Toledo foi uma militante incontornável da corrente internacional a que o MAS pertence, a Liga Internacional dos Trabalhadores – Quarta Internacional, sobretudo no nosso percurso no Brasil, na construção do nosso partido-irmão neste país, o PSTU.
Mas todos recordamos sobretudo os ensinamentos e as elaborações da Cilinha numa área tão fundamental como esquecida para a maioria da esquerda: a luta contra a opressão machista e pela organização das mulheres trabalhadoras. Muitos dos militantes do MAS formaram as suas ideias nesta matéria com base na obra da Cecília Toledo “O Género nos une, a classe nos divide”. Há dois anos a camarada esteve em Portugal a formar os nossos militantes nessas elaborações, na certeza de que a luta das mulheres trabalhadoras não pode ser adiada no tempo e é uma tarefa imediata dos revolucionários e da classe trabalhadora, assim como a certeza de que a emancipação das mulheres e a derrota do machismo estão intimamente ligadas à luta da classe trabalhadora pela sua emancipação, pela revolução socialista.
A Cilinha partiu mas os seus ensinamentos ficam para ser aprofundados e o seu exemplo, de uma vida dedicada à construção do partido revolucionário e à luta das mulheres trabalhadoras, ficam. Cilinha presente! Até ao Socialismo, sempre!
Abaixo reproduzimos a nota escrita pelo Zé Maria de Almeida, dirigente do PSTU brasileiro onde militava a camarada Cecília Toledo:
“Faleceu Cecilia Toledo, a Cilinha. Ela tinha câncer e, depois de uma longa luta contra a doença, nos deixou hoje pela manhã.
Cilinha foi uma militante histórica de nossa corrente e do trotskismo brasileiro, desde a época da Liga Operária, em meados dos anos 1970. Incansável na luta pelo socialismo, e na luta das mulheres numa ótica marxista, deixando grandes contribuições para esta luta, como seu livro “O gênero nos une, a classe nos divide”.
Além de sua militância em nossa corrente e, como tal, fundadora do PSTU, Cilinha também tem uma longa trajetória de militância internacional. Já esteve e militou em muitos países, ajudando a construir a LIT-CI e levando à prática sua compreensão de que o socialismo será mundial, ou não será.
Artista, sempre preocupada em como a arte poderia também contribuir com a difusão da reflexão social e política e com o desenvolvimento da consciência, cumprindo assim um papel na construção da revolução socialista.
Solidária, um ser humano muito especial, uma mulher excepcional, uma militante incansável. Cilinha não só deixará saudades. Nos fará muita falta.
Creio que posso falar em nome de toda a militância do PSTU, quando escrevo estas palavras. E é em nome da militância deste partido que ela ajudou a construir desde a sua fundação que quero enviar um abraço fraterno, e nossa solidariedade, ao seu companheiro Carlos, a seu filho Martinzinho, e a todos os seus familiares e amigos.
Cilinha, Presente!
Zé Maria – Presidente Nacional do PSTU”
