Protesto no concerto dos Jerusalem Quartet

Na passada quarta-feira, dia 22 de maio, ativistas pró-palestinianos, organizados pelo Comité de Solidariedade com a Palestina, interromperam o concerto do Jerusalem Quartet, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.

Após alguns minutos de música clássica, um grupo de cerca de dez pessoas gritou as palavras de ordem “Palestina Vencerá!” e “Free Palestine!” (Palestina Livre!), ostentando bandeiras da Palestina e lançando panfletos informativos sobre a plateia.

Este grupo foi prontamente expulso da fundação pela equipa de seguranças. Mas a ação ainda não estava concluída. Terminado o primeiro andamento do concerto, os músicos começam o segundo, recuperando a concentração, e, mais uma vez, um grupo de ativistas se levanta no Grande Auditório da Gulbenkian. As mesmas palavras de ordem são ouvidas e dá-se uma nova expulsão sob a ameaça da força pela equipa de segurança.

Em ambas as interrupções, a banda permaneceu tocando o melhor que conseguiu. Só na assistência se registaram reações, algumas bastante intensas, com generalizada surpresa e ocasionais ordens furiosas de silêncio. Uma ouvinte chegou ao ponto de gritar, enraivecida, “Israel vencerá!”.

Apesar disto, houve quem fosse capaz de compreender a pertinência da ação e pelo menos uma pessoa abandonou o concerto com os ativistas, em solidariedade com o povo violentado da Palestina, sacrificando o preço do seu bilhete.

Reproduzimos aqui, na íntegra, o texto dos panfletos informativos que os ativistas lançaram sobe a plateia, para que o leitor tenha acesso às palavras do Comité de Solidariedade com a Palestina:

Porquê o Jerusalem Quartet?

“Dizem que somos os melhores embaixadores de Israel e nós estamos felizes por isso”, disse um dos músicos, Kyril Zlotnikov, em 2006.

Ser embaixador de Israel significa apoiar a colonização crescente do território da Palestina; significa justificar o roubo de terras, a destruição de casas e de infraestruturas, a expulsão de centenas de milhares de palestinianos e um regime de apartheid para os que ainda não foram expulsos. Ser embaixador de Israel implica ser cúmplice assumido dos seus crimes de guerra.

O Jerusalem Quartet, que tem o estatuto oficial de “Destacados Músicos do Exército”, é financiado pelo Estado de Israel e por isso teve de assinar o habitual contrato que estipula: “O prestador do serviço tem consciência de que o objetivo de lhe encomendar serviços consiste em promover por via da cultura e da arte os interesses da política do Estado de Israel, incluindo a contribuição para criar uma imagem positiva para Israel”.

No quadro da campanha internacional de BDS – Boicote, Desinvestimento e Sanções –, o Jerusalem Quartet é um alvo legítimo do boicote cultural ao Estado de Israel e por isso muitos dos seus concertos têm sido boicotados pelo mundo fora, como este está a sê-lo em Lisboa.

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