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Por justiça social e justiça climática: vota MAS para renovar a esquerda!

 

Com a campanha eleitoral a terminar, milhares de trabalhadores, jovens e reformados refletem em quem votar.

A campanha não foi nem tensa nem mobilizadora. O anúncio, pelas sondagens, de que o vencedor antecipado seria o PS, remeteu a discussão para o terreno da possível maioria absoluta deste partido – ainda que as sondagens mais recentes mostrem que tal é improvável.

O grande tema da campanha eleitoral foi – e bem – a defesa do ambiente e as alterações climáticas. Assim como a discussão sobre o possível arranjo do Parlamento depois de dia 7. Faltou falar da vida das pessoas. Sobretudo da vida de quem trabalha, de quem estuda, de quem é vítima de racismo, de violência machista ou homofóbica. A crise da habitação não entrou na campanha, nem o caos dos transportes, a miséria do salário mínimo ou o flagelo da precariedade.

A direita não foi capaz de articular qualquer simulacro de alternativa ao PS. Ainda estão na memória do povo os anos em que “o Diabo” aterrou nas nossas vidas, os anos do Governo PSD/CDS, da Troika e da Austeridade. A direita cai também porque o PS se apropriou da retórica das contas certas, reprimiu as greves e injetou milhões na banca privada. Tal e qual fariam Rui Rio ou Assunção Cristas.

O PS aproveita-se da má memória dos governos da direita e da ausência, durante quatro anos, de oposição à esquerda. Se é verdade que o Governo Costa devolveu parte dos rendimentos cortados pela direita, é também verdade que essa política foi feita, em grande medida, através do aumento dos impostos indirectos. Nos últimos dois anos, o PS pôde, sem perder o apoio de BE e PCP, governar como sempre: com uma retórica de centro-esquerda e uma política de centro-direita. Mesmo a redução do preço dos passes na Grande Lisboa e Porto foi feita sem investimento nos transportes, de tal forma que, perante o crescimento dos utentes, os transportes estão a colapsar.

Bloco de Esquerda e PCP fizeram uma campanha diferente. Levantaram as questões do trabalho, do SNS e da defesa do Clima. Acompanhamos estes partidos nestas bandeiras. Porém, conformam-se com mais quatro anos de Governos PS. Não explicam como vão lutar pelo seu programa, dizem apenas que querem mais deputados para pressionar o PS. Ora o PS nunca aceitará verdadeiras políticas de esquerda, nem sequer a reversão total das medidas da Troika no Código do Trabalho ou a reposição das carreiras de professores e enfermeiros.

Por isso, consideramos errado que BE e PCP tenham abandonado a luta por um “Governo de Esquerda”, como dizia o BE, ou um “Governo Patriótico e de Esquerda”, como dizia o PCP. Contentam-se com uma nova “Geringonça”. O que era uma solução temporária para afastar a direita, tornou-se uma estratégia a longo prazo, mesmo agora que o perigo de um governo PSD/CDS não existe. Faz sentido a esquerda reduzir os seus horizontes a tão pouco?

 

Mais quatro anos do mesmo?

O MAS considera que a luta contra a maioria absoluta do PS é justa e necessária. Por isso nos candidatamos em 8 círculos eleitorais, Lisboa, Porto, Setúbal, Coimbra, Leiria, Braga, Açores e Europa e nos restantes apelamos ao voto no BE ou no PCP, para retirar a maioria ao PS pela esquerda.

No entanto, quem é de esquerda e quer uma mudança social efetiva percebe que não basta retirar a maioria absoluta ao PS. Não basta pressionar o PS. Não ajuda aprovar os Orçamentos do Estado do PS, onde há milhões para a banca e para as PPP´s, como fizeram CDU e BE nos últimos quatro anos. A esquerda tem de juntar forças para substituir o PS no poder sem abrir caminho à direita.

Por isso, o MAS propõe que, em vez de se entender com o PS, a esquerda se entenda entre si. BE e PCP deveriam romper com o PS e unir-se, sim, mas em torno de uma plataforma de luta, nas urnas e nas ruas, em conjunto com o movimento sindical e social, para lançar as bases de um governo alternativo, independente do PS.

O risco de um governo de direita também não existe, por isso não faz sentido o voto útil no PS. Tão pouco ganhamos com um voto útil à esquerda no BE e no PCP para retirar maioria ao PS, este é um voto em mais quatro anos de governo PS sem oposição à esquerda, dado que a maioria absoluta do PS parece afastada pelas sondagens. Útil mesmo é renovar a esquerda com o voto no MAS.


Dia 6 de Outubro, vota MAS!

 

Faz falta uma esquerda que queira ir para lá da Geringonça e não fique mais quatro anos à sombra de António Costa. Esse é o contributo do MAS nesta campanha: um programa anticapitalista para a justiça social e climática e uma estratégia para substituir o PS por um Governo de Esquerda. Faz falta renovar a esquerda com estas ideias. Caso contrário arriscamo-nos a mais quatro anos de estagnação salarial, rendas a subir, o SNS em crise e milhões injetados na banca e PPP’s. Sem uma Esquerda Insubmissa não vamos “Avançar” nem “Fazer Acontecer” a transição energética, a subida real de salários ou o investimento real no SNS.

 

– Pelo Salário Mínimo Nacional de 900€;

– Por um aumento geral de salários em €100;

– Pelo Fim das ETT´s pela efetivação de todos/as os/as trabalhadores/as após um ano de trabalho;

– Pela redução da idade da reforma para os 62 anos de idade ou 38 de descontos.

– Por penas mais duras e efetivas para os agressores machistas e apoio real às vítimas.

– Porque não há Planeta B: contra o aeroporto do Montijo, as Dragagens do Sado, a exploração de Gás e de Lítio e o Olival Intensivo;

– Pela nacionalização de toda a banca intervencionada e setor energético para investir numa verdadeira transição energética, com a criação de milhares de postos de trabalho em setores ambientalmente sustentáveis.

 

Dia 6 de Outubro:  vota MAS, para renovar a esquerda.

 



 

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