O MAS APELA AO VOTO NO BE OU NA CDU (PCP/PEV)

O MAS, perante a convocação das novas eleições antecipadas, apresentou, em devido tempo muito antes do início da campanha eleitoral, uma proposta de COLIGAÇÃO À ESQUERDA PARA ENFRENTAR A EXTREMA-DIREITA EM UNIDADE, convocando um conjunto de partidos de esquerda para conversações com esse objectivo.  Os partidos da esquerda parlamentar diante essa nossa proposta de conformação de uma frente eleitoral, cujo objetivo seria unificar apoios eleitorais à esquerda, para na prática, retirar a eleição de deputados à extrema-direita, não acolheu nenhuma resposta favorável. Ou seja, corre-se o risco de, no dia 18 de maio, a esquerda parlamentar sofrer novos retrocessos, enquanto uma coligação à esquerda poderia ver o actual somatório das suas bancadas parlamentares significativamente aumentado, principalmente em círculos eleitorais em que alguns dos partidos à esquerda do PS têm maiores dificuldades. Se não fosse assim o BE não teria tido a necessidade de chamar alguns dos seus fundadores ao combate eleitoral.

    Estamos numa luta eleitoral, e uma das formas como esta democracia distorce mais a vontade popular é utilizando os 22 círculos eleitorais (em vez de um círculo único ou um círculo de compensação) e a utilização do ‘método d’Hont’ para a atribuição de mandatos de deputados.  Num quadro em que, à esquerda, é unanimemente assumido que há mais dificuldades e ‘pressão’ enorme para voto no PS a fim de evitar um novo governo da direita, agora de coligação AD com a IL era urgente uma reflexão adequada. Assim, só se compreende a recusa desta frente eleitoral à esquerda sugerida pelo MAS, pela visão limitada e sectária de disputa de aparelhos de cada partido. À proposta do MAS, só o PCP respondeu afirmando que os programas e propostas das várias esquerdas deviam ir separadamente a sufrágio… E, dizemos nós, assim ganhará a direita e a extrema-direita. Parece que nenhum dos partidos da esquerda parlamentar aprendeu nada sobre táticas eleitorais seguidas, por exemplo, por Melenchon em França, e que pelo menos, impediu a vitória eleitoral da Le Pen, nas últimas eleições francesas.

    Contudo, no actual momento eleitoral, consideramos a necessidade de participação popular para barrar o crescimento da extrema-direita e da AD, sem dar apoio eleitoral ao co-responsável PS. Para estes objectivos eleitorais, consideramos como posição de voto mais adequada o voto em qualquer umas das candidaturas do Bloco de Esquerda  ou da CDU (PCP/Verdes), assinalando que esta posição eleitoral do MAS nas eleições de 18 de Maio de 2025  não constitui apoio político ao programa e políticas destes partidos que continuam a não ser a alternativa necessária à luta e emancipação dos trabalhadores, pelo que continuamos empenhados na construção dessa mesma alternativa que terá de ser anti sistémica e revolucionária.

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    POR UMA COLIGAÇÃO À ESQUERDA EM ALTERNATIVA À EXTREMA-DIREITA