Fausto, para sempre

Fausto faleceu nesta madrugada (01 de julho) aos 75 anos. 

Conheci o cantautor, compositor e letrista sem par, muito antes de o conhecer pessoalmente. 

Fausto Bordalo Dias, o Fausto da Música Popular Portuguesa  (MPP), é mais um que nos deixa (depois do Zeca e do Zé Mário), que todos eles muita falta nos fazem e nos vão fazer. Eles cantaram e lutaram (todos eles) contra a ditadura salazarista ainda antes do 25 de abril e agora certamente cantariam de novo, novas diatribes oportunas contra os novos ventos da extrema-direita e do neo fascismo renascido. Com efeito, todo esse nevoeiro antigo, lamentavelmente se reaproxima, da Alemanha a Portugal, passando pela França e a Itália, dos EUA ao Brasil, da Argentina a Espanha, enfim, muita falta o Fausto e outros nos vão fazer, eles e novos compositores e todos juntos com os trabalhadores que eles cantavam e enalteciam, bem como as suas lutas.

Numa única noite, mas inesquecível, junto com o escritor Urbano Tavares Rodrigues (seu amigo também) tive a sorte de passar um Natal em casa do  Fausto e da sua família. Que noite maravilhosa. Que Fausto nos continue a iluminar. E ‘Por este rio acima’ continuaremos a navegar. Pelos valores nobres dos trabalhadores e por uma sociedade mais humana.

Até sempre Fausto (te vamos escutar e lembrar).

Gil Garcia

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