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Mobiliza-te contra o racismo

Imigrantes e pessoas racializadas da classe trabalhadora pertencem aos sectores mais empobrecidos da nossa sociedade. Ocupam os empregos mais mal remunerados e menos qualificados como a construção civil, limpezas, restauração, logística ou comércio.

As suas condições de habitação estão entre as mais precárias, localizadas nos bairros mais periféricos dos centros urbanos. Os transportes públicos são caros e não satisfazem as suas necessidades básicas. A sua alimentação é, em geral, mais débil.

Trabalhos duros, horários extensos, salários baixos e alimentação deficiente resultam em maiores problemas de saúde. As crianças e jovens imigrantes e racializados são parte considerável dos que chegam à escola sem ter tomado a primeira refeição do dia. O seu aproveitamento escolar está subordinado à sua condição social e a pobreza extrema empurra muitos para o abandono escolar. Imigrantes e pessoas racializadas são uma excepção no ensino superior, em cargos políticos e em empregos públicos. São uma raridade nos sindicatos, partidos políticos e suas direcções.

A brutalidade policial atinge particularmente as pessoas racializadas e imigrantes. Não esquecemos a violência policial que se abateu sobre o Bairro da Jamaica ou os recentes casos de Cláudia Simões, vítima da brutalidade da PSP, ou o assassinato de Ihor Homeniuk, nas instalações do SEF. A Justiça, que se quer cega, tem tendência a favorecer o agressor, perpetrando a violência e o racismo.

A comunidade cigana está entre as mais pobres da nossa sociedade. Entre a mais discriminada. A opressão e exploração que se abate sobre a população cigana é de tal ordem que contribui decisivamente para que continue, ainda hoje, a ser perseguida e segregada.

Apesar de a esmagadora maioria dos imigrantes e pessoas racializadas serem mal pagas por um trabalho socialmente útil e necessário; apesar de serem contribuintes líquidos em mais de €884 milhões para a Segurança Social (dados de 2019), continuam a ser, não raras vezes, tratados como bandidos ou sub-humanos pela nossa sociedade. Estes são os efeitos do racismo estrutural.

Perante a crise capitalista, a corrupção generalizada e a desagregação social que atravessamos, a extrema-direita e o neofascismo, ávidos de poder, tentam aproveitar-se do descontentamento para dividir os de baixo, conquistar o monopólio da corrupção e instalar-se autoritariamente. Não perdoamos a boçalidade com que André Ventura propôs que Joacine fosse “devolvida ao seu país” ou a vergonhosa petição para deportar Mamadou Ba.

Enquanto isso, o primeiro-ministro, António Costa, dirige-se ao país afirmando que “nem André Ventura nem Mamadou Ba representam aquilo que é o sentimento da generalidade do país”, negando o racismo estrutural que dilacera as nossas sociedades e procurando atestar que quem se dedica a combater o racismo é semelhante àquele que dele tira proveito. Este é o discurso das classes dominantes para desvalorizar o problema evidente de racismo estrutural para manterem o seu próprio domínio.

Enquanto parte da classe trabalhadora viver sob a opressão do racismo ou qualquer outro tipo de opressão, por parte das classes dominantes, todos nós viveremos entorpecidos, desmoralizados e prostituídos pelos hábitos das elites de oprimir outros povos, debilitando e dividindo os de baixo, facilitando a exploração de todos os trabalhadores, independentemente da nossa origem ou nacionalidade.

O MAS solidariza-se com todos os imigrantes, população cigana e pessoas racializadas contra o racismo!

À divisão e ódio que nos querem impor, nós respondemos com solidariedade e mobilização! Racistas, fascistas não passarão!

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