No passado dia 7 de Agosto de 2020, um grupo de extrema-direita fascista, auto-intitulado “Resistência Nacional”, reuniu-se à porta da associação antirracista SOS Racismo, em Lisboa, de cara tapada, talvez por vergonha, empunhando tochas. Segundo a imprensa, este será o mais recente grupo criado por membros do Chega, de André Ventura, da ex-NOS, de Mário Machado, do PNR e dos Hammer Skins.
Esta é mais uma das vergonhosas acções de intimidação que estes grupos criminosos de extrema-direita querem normalizar na nossa sociedade. O Chega, André Ventura e o seu discurso de ódio racista têm servido de berço a estes grupos criminosos.
Há um mês atrás, vandalizaram as paredes da SOS Racismo com a frase “guerra aos inimigos da minha terra”. As ameaças directas e/ou veladas a dirigentes desta associação, assim como a activistas anti-racistas e anti-fascistas têm sido recorrentes. Agora, importam a mais execrável e ridícula imagética dos supremacistas brancos norte-americanos do Ku Klux Klan, evocando a perseguição e o assassinato de negros, crimes cometidos por aquele grupo.
A crise social, política e económica que atravessamos há mais de 10 anos tem vindo a gerar inúmeros sectores descontentes e desesperados. O sistema está completamente corrompido pelas elites que nos têm governado. A extrema-direita, ávida de poder, tenta aproveitar-se desse descontentamento para nos dividir e conquistar o monopólio da corrupção. Não são a solução, nem representam qualquer alternativa. Apenas se aproveitam do desespero. São mais do mesmo mas com um discurso que pode cativar muitos descontentes com o apodrecimento do sistema em que vivemos.
Sem argumentos que justifiquem o programa de privatização dos serviços públicos, de destruição de salários e direitos laborais, de opressão e violência sobre os sectores mais pobres e oprimidos da sociedade, a extrema-direita refugia-se no discurso de ódio, na violência e na intimidação. Essa é a “terra” que defendem. Não é de hoje. A História já mostrou que o sistema capitalista gera ciclicamente estes fenómenos, completamente absurdos e desumanos.
As entidades competentes têm a obrigação de investigar, julgar e punir estes actos de ódio e violência, desmantelando todos os grupelhos criminosos de extrema-direita, assim como as suas organizações criminosas, condenando os seus membros. Uma democracia não deve permitir qualquer liberdade aos inimigos da liberdade.
O MAS recusa-se a ignorar estas ocorrências, cada vez mais frequentes, e manifesta a sua total solidariedade para com a SOS Racismo e os seus activistas. Repudiamos completamente a ideologia e os actos de todos aqueles que, através do ódio e da intimidação, insistem com que a roda da História volte para trás.
A violência e intimidação terão a resposta da unidade entre todos aqueles que, fartos deste sistema corrupto, se mobilizam em defesa da liberdade, sem exploração nem opressão. Não passarão!