A pandemia da Covid-19 em Portugal, além do problema de saúde pública, tem levado a que muitos trabalhadores sofram uma redução significativa dos seus rendimentos ou mesmo percam o seu emprego.
O governo tenta passar a imagem que estamos todos a fazer sacrifícios (e também por isso se justifica o Estado de Emergência) contra este inimigo comum mas será mesmo assim? Sem dúvida que este vírus ataca, com mais ou menos intensidade, todos os sectores da sociedade mas será verdade que estamos todos a fazer sacrifícios?
Se não vejamos, ao mesmo tempo que muitos trabalhadores são despedidos (ou perdem parte significativa do seu rendimento para poder cuidar dos seus filhos que estão nesta fase permanentemente em casa) temos vários exemplos que demonstram que há quem esteja a ganhar milhões com esta pandemia (ou a não ver beliscada os seus luxos):
– sectores privados portugueses estão a lucrar 2,6 milhões de euros por dia (78 milhões de euros por mês) por causa da pandemia https://eco.sapo.pt/2020/03/23/laboratorios-privados-lucram-26-milhoes-por-dia-com-testes-ao-coronavirus/;
– as Parcerias Público Privadas nas autoestradas, em que mesmo com menos tráfego e desgaste, o Estado garante-lhes a mesma receita de milhões https://www.jn.pt/nacional/autoestradas-desertas-vao-custar-mais-675-mil-euros-por-dia-ao-estado-11981021.html ;
– o Primeiro Ministro António Costa a 11 de março de 2020 aprova subsídio de alojamento ao Ministro da Educação de 750 euros por mês (com direito a retroativos desde o início da legislatura) https://dre.pt/web/guest/home/-/dre/130821510/details/maximized
“O exemplo deve vir de cima?”, no entanto a 1 dia de anunciar o encerramento de escolas (e a consequente redução de rendimentos de milhares de trabalhadores para puderem acompanhar os seus filhos) António Costa demonstra que afinal, além do salário e outras ajudas de custo milionárias, o seu Ministro deve receber mais uma ajuda (relembrar que milhares de professores não recebem qualquer tipo de subsídio de alojamento ou transporte, recebendo alguns de salário o que o Ministro receberá agora de mais este subsídio).
Ou ao mesmo tempo que proíbe direitos civis aos Profissionais de Saúde (precisamente a quem tem dado os melhores exemplos de abnegação e sacrifício) permite que empresas lucrem milhões à custa desta pandemia.
O MAS defende:
1 – Mais SNS! Requisição pública imediata de todos os hospitais e laboratórios privados!
2 – Proibição de despedimentos! Defender todos os trabalhadores precários!
3 – Salários a 100%!
4 – Evitar a falência de micro e PME através de financiamento, a fundo perdido, por contrapartida da manutenção do emprego e dos salários!