Três modelos da mais “prestigiada” cultura de negócios a nível nacional e internacional, três excelentes exemplos daquilo que é o maior problema da humanidade: a elite dominante, dos negócios e da corrupção.
Ricardo Salgado, o maior banqueiro português, conhecido como o “dono disto tudo”, descendente da fina flor da elite financeira portuguesa, com interesses nos 5 continentes, transformou um dos mais importantes bancos nacionais no maior buraco financeiro do país que, ainda hoje, todos os anos, com a cortesia dos governos de turno, assalta os cofres do Estado português em milhares de milhões de euros. Corrupção, gestão danosa, branqueamento de capitais, abuso de confiança, falsificação de documentos, fraude fiscal é o seu legado.
Zeinal Bava, considerado, por várias vezes, o melhor gestor europeu do sector das telecomunicações, a superstar de uma das empresas europeias tecnologicamente mais avançadas, transformou a PT, uma das mais importantes empresas nacionais, numa nulidade. Corrupção, gestão danosa, branqueamento de capitais, falsificação de documentos, fraude fiscal é a sua herança.
Isabel dos Santos, referenciada mundialmente como a empresária de sucesso mais rica do continente africano, com muito dinheiro envolvido, no passado e/ou no presente, em muitos dos maiores grupos financeiros e económicos nacionais, desde o ex-BES, a ex-PT, o Grupo Amorim, a NOS, o Banco BIC, a Efacec, o BCP, a Galp, a CGD, a Motaengil, a Sonae ou o BPI, é, afinal, espantemo-nos, responsável pelo desvio de milhões de recursos públicos do povo angolano em benefício próprio. A sua vida faustosa não é mais que a apropriação de recursos públicos.
Sucessivos governos nacionais, políticos, empresários, banqueiros, homens de negócios, neoliberais, amantes do mercado, amigos e suas famílias vivem e respiram os meios da corrupção, do favorecimento, do compadrio, da lavagem do dinheiro roubado. Em benefício próprio, a classe dominante apropria-se dos recursos sociais que os povos tanto penam para construir. O dinheiro não tem cor, não tem nacionalidade, não tem princípios. E quem a eles se opõe é perseguido e preso. Lembremos Luati Beirão e todos os activistas angolanos que combatem o regime ditatorial e corrupto!
Não nos enganemos mais: o capitalismo e a sua classe dominante são inerentemente corruptos! A sua “meritocracia” não passa de parasitismo e exploração! São imorais! Selváticos! Irreguláveis! Indigestos! Julgam-se acima dos povos que dominam.
É daqui a origem da nossa crise. É daqui que vem a desagregação social que atravessamos. É daqui que surge o crescimento da extrema-direita mais reacionária. É desta putrefação que se alimentam os Venturas! E está presente por todo o lado. Vamos continuar a permitir a lavagem de dinheiro através dos vistos gold? Vamos permitir o avanço da exploração de lítio no país através de empresas sob suspeitas de corrupção? Vamos continuar a permitir que a corrupção se transforme em especulação imobiliária nas nossas cidades?
Resolver a crise económica, travar a extrema-direita e todos os problemas que lhe estão associados, passa por travar a sua origem. A sua origem está na elite que nos domina e no sistema capitalista tentacular.
No imediato: é preciso travar, responsabilizar e punir a classe dominante parasitária. O património de Isabel dos Santos, em Portugal, tem de ser imediatamente confiscado. As suas participações em empresas nacionais têm de ser todas nacionalizadas. Prisão para quem rouba os recursos públicos de um país.
E o dinheiro público que já enterrámos no antigo BES e no Novo Banco? Este ano contribuiremos com mais quantas centenas de milhões públicos?
Nacionalização imediata!