Mais uma Comissão de Inquérito Parlamentar, mais um exercício demonstrativo da falência do sistema em que vivemos. O capitalismo e esta democracia estão podres!
Os inquiridos, grandes empresários e banqueiros, dão-se ao desplante de deixar evidente que a sua posição social é inabalável. Eles sabem que nós sabemos o que foi feito pelas suas administrações. Eles sabem que os sucessivos Governos, PSD/CDS-PP ou PS, mesmo com o apoio de BE e PCP, sempre com a bênção da UE, nos farão pagar os buracos da sua gestão danosa, tráfico de influências e corrupção. Eles sabem que nada lhes acontecerá. E é isso que fazem questão de nos esfregar na cara!
Gozam com o povo que continua a pagar a incompetência e corrupção dos interesses privados. Os partidos parlamentares entretêm-nos com um espetáculo degradante que faz de todos nós o bobo da corte.
“Não sei!” ou “não me lembro!” é a resposta mais repetida pelos outrora “competentes” empresários e banqueiros, guardiões dos interesses privados, comendadores e gestores de topo, donos disto tudo e outros títulos comerciais, depois de apanhados nas suas atividades ilícitas.
E quando as provas são demasiado evidentes, não têm vergonha em exibir que é mesmo assim que o sistema funciona. Berardo diz que não tem dívidas em seu nome, quando é nas suas próprias empresas/associações que reside uma dívida que alcança os €1.000 milhões aos maiores bancos da praça. Tudo parte de um esquema em que os banqueiros financiaram os seus melhores amigos para que estes, depois, comprassem consideráveis partes de capital dos próprios bancos, ajudando a maquilhar os buracos e fraudes financeiras.
Esta relação entre Berardo e banqueiros não é única. Muitos terão sido os amigos de banqueiros que lhes lavaram as mãos a troco de virem a lavar as suas. É deste lamaçal que as elites vivem e se reproduzem. É para alimentar este charco de interesses privados que nos dizem que “não há dinheiro” para recuperar carreiras ou direitos laborais, “não há dinheiro” para aumentar devidamente o salário mínimo, “não há dinheiro” para o investimento público em Saúde, Educação, Transportes ou Habitação.
Neste aspeto e para um Governo que se diz de esquerda nada se alterou face ao governo da direita. Bancos salvos, banqueiros e amigos corruptos à solta e o povo a pagar os seus privilégios, rendimentos e mordomias.
É preciso travar os privilégios das elites! Só assim conseguiremos recuperar uma vida digna para quem trabalha. Nas próximas eleições europeias, o MAS propõe:
– Tecto máximo para os rendimentos das administrações dos bancos e grandes empresas! Salário mínimo europeu de 900€!
– Taxar as grandes fortunas em 70% para baixar os impostos sobre o trabalho, o consumo e as PMEs!
– Fim das Empresas de Trabalho Temporário! Horário máximo europeu de 35h semanais para atingir o pleno emprego!
– Nem mais 1€ público para a banca privada! Renacionalização de todos os setores estratégicos, começando pela banca, para controlar preços e o investimento nacional!