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Professores em Luta: A Greve às Avaliações começa segunda-feira, 4 de Junho


Os professores têm razão para lutar pelos seus direitos de volta.

As promessas de ‘descongelamento’ das carreiras feitas por este governo PS assente na ‘geringonça’ não foram cumpridas. Pelo contrário, sobre este assunto o governo decidiu não contar nove anos, quatro meses e dois dias de antiguidade aos professores. O tal 942 que sintetiza a reivindicação central desta luta.

A grande manifestação dos professores a 19 de Maio, em Lisboa, reunindo cerca de 15.000 professores, foi a maior manifestação de professores nos últimos 10 anos, após a grande luta de 2008.

Esta grande mobilização de rua mostra bem o descontentamento e esgotamento dos professores perante uma profissão sem recursos adequados ao seu bom desempenho e desprezada pelos governantes que se recusam a devolver os níveis de remuneração a que os professores têm direito e que lhes foram roubados pelos ‘congelamentos’ aplicados pelos governos anteriores do PS, PSD e CDS.

Como resultado da grande manifestação e da luta que os docentes das AECs estavam a desencadear contra os despedimentos iminentes pela alteração de regras de concurso que o Ministério da Educação estava a implementar, resultou uma primeira vitória para o movimento: os docentes das AECs viram repostas as anteriores condições de candidatura e assim a possibilidade de manterem emprego no próximo ano lectivo.

Esta primeira vitória mostrou que vale a pena lutar e que neste momento é essa a única via para ‘desbloquear’ a verba necessária no orçamento de 2019 para repor os níveis salariais a que os professores têm direito. Trata-se de uma verba inferior à que o governo disponibilizou ao Banco Santander quando este ficou com o ‘lombo’ do Banif, e cerca de metade da verba que António Costa enterrou nos ‘ossos’ do mesmo banco Banif.  Para uma verba três vezes maior do que a necessária para os professores não houve nenhum problema em Dezembro de 2015 para ajudar os banqueiros e principalmente dar um presente de Natal aos banqueiros de Espanha.

Contudo, agora o governo da ‘geringonça’ insiste em que é impossível dar tal verba aos professores… por causa do défice das contas públicas.

Nesta situação, se queremos devolver os direitos salariais e de carreira aos professores temos de ir à luta para valer.

Foi neste sentido a decisão do Sindicato de Tod@s @s Professores – S.TO.P. quando em 25 de Maio entregou um Pré-Aviso de Greve, para todo o país, às  Reuniões de Avaliações a iniciar no dia 4 de Junho e até dia 15 de Junho, abrangendo assim todas as reuniões de avaliação dos anos de ensino, incluindo os que têm exames nacionais.

Para o S.TO.P. junto com esta reivindicação do ‘942’ também são colocadas outras importantes reivindicações dos professores, e que procuram unir todos os sectores da classe: a luta contra a precariedade, a luta pela reforma aos 60 anos por profissão com maior desgaste, e a luta pelo regresso à gestão democrática das escolas.

Se há luta, tem de ser para doer. Para ‘fogo de vista’ já basta o que a maioria dos sindicatos têm feito nos anos anteriores e que agora querem repetir, ao terem convocado no dia 28 de Maio, uma outra greve às avaliações apenas para o período que já não incomoda a realização de exames nacionais (após 18 de Junho).

Os professores, em todas as consultas realizadas nas redes sociais, mostraram maioritariamente que querem uma greve com eficácia, e por isso votaram no início a 4 de Junho. Lamentavelmente, os maiores sindicatos da Fenprof e FNE, optaram por uma greve que não incomoda tanto a entidade patronal, ou seja este governo. Mas, mais grave ainda é o facto dos principais dirigentes destes grandes sindicatos terem desencadeado uma campanha contra a greve de 4 a 15 de Junho, caluniando o sindicato que a convoca (o S.TO.P.), procurando desmobilizar os professores com uma pretensa ‘ilegalidade’ desta greve, chantageando com uma ameaça de ‘processos disciplinares’ a quem faça greve, etc… Enfim, um patrão autoritário não faria melhor do que alguns destes dirigentes que em vez de verdadeiramente defenderem os direitos dos professores, procuram conciliar com os interesses dos governantes e com os orçamentos submissos aos ditames da União Europeia.

A hora é de luta para os professores. Para resolver a situação este ano tem de se começar a lutar seriamente e desde já. A luta dos professores precisa também de começar de novo e que surjam novas lideranças. Todo apoio à greve às avaliações a partir de 4 de Junho.

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