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Na Efacec os trabalhadores resistem

Os trabalhadores da Efacec não se resignam e continuam a defender os seus postos de trabalho. No dia 23 de Março, voltaram à greve, tal como as greves realizadas no fim do ano passado, a paralisação foi a resposta dos trabalhadores ao despedimento encapotado que a empresa tem levado a cabo num clima de terror social.

Ao contrário da imagem que os accionistas da empresa tem passado para o exterior, apresentando-a como uma empresa de referência na criação de postos de trabalho. Recentemente inaugurou um novo complexo e anunciou a contratação de 700 novos trabalhadores até 2020, ao mesmo tempo, na sombra, longe dos media, vai aterrorizando a vida dos que lá trabalham, aqueles que fazem da Efacec uma empresa de referência.

 

Um despedimento colectivo sabiamente abafado

É conveniente lembrar que de acordo com as ORT (Organizações Representativas dos Trabalhadores) mais de uma centena de trabalhadores foram pressionados, desde o início do plano de reestruturação, para aceitarem as propostas de rescisão. Os trabalhadores são vítimas das mais diversas acções persecutórias que visam quebrar-lhes a resistência.

O objetivo é claro: reduzir os contratos estáveis, com direitos e salários dignos e aumentar os vínculos precários e os salários de miséria. Também é notória a preocupação da administração em afastar os trabalhadores mais reivindicativos. Com isto pretendem “limpar a casa”, como já fizeram em muitos outros casos, e apagar da memória coletiva dos trabalhadores as greves dos últimos anos. Impor um clima de paz social para administradores e accionistas e de terror e incerteza para os trabalhadores.

 

PS dá a mão, BE e PCP não batem o pé

A hipocrisia da administração que mente sistematicamente quando é questionada sobre esta questão, só tem paralelo com a falsidade do Governo PS. Apregoa aos trabalhadores que “virou a página da austeridade”, que “reduziu o desemprego” e restituiu “direitos e salários” e depois, na prática, comporta-se como qualquer governo do PSD/CDS. O prolongamento do plano de reestruturação que o PS aprovou, há pouco mais de um ano, permite que a Efacec leve a cabo um despedimento colectivo encapotado que pode afectar mais de 400 trabalhadores.

Os parceiros do PS no parlamento, BE e PCP têm sido bastante tímidos na sua actuação contra este processo. Os parlamentares destes partidos deveriam aproveitar o peso mediático que têm e realizar uma ampla campanha de denúncia pública desta situação, e explicar que isto pode ser o início do fim da Efacec. A empresa pode ser destruída pela acutal gestão tal como está acontecer com a PT e os CTT. É necessário exigir ao Governo PS a imediata cessação da reestruturação.

Dada a importância estratégica da empresa, e dos milhares de postos de trabalho que assegura, a nacionalização deveria ser o caminho a seguir para garantir a manutenção de todos os postos de trabalho e impedir a destruição de mais uma empresa central para o país. Da mesma forma que é necessário reverter as privatizações que a direita fez nos CTT, TAP e EDP para garantir a preservação das empresas e dos postos de trabalho. Lamentamos que a solução governativa que se intitula de esquerda promova a destruição do emprego com direitos, e não tem coragem para reverter as alterações na legislação laboral que a Troika implementou. Os trabalhadores da Efacec e do resto do país precisam de mais.

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