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Todo o apoio à greve na PT/Meo!

A intromissão da Altice no mercado das telecomunicações em Portugal é um marco de um dos fracassos do Governo PS, apoiado por BE e PCP. A PT, um marco europeu no desenvolvimento tecnológico, foi reduzida a pó.

Muitos foram e são os factores que contribuíram para tal situação, dos quis se destacam os seguintes: a privatização, iniciada em 1995, pelo Governo PS de António Guterres; a falta de um plano estratégico para a PT por parte dos sucessivos Governos PS e PSD que foram diluindo a importância do Estado naquela empresa; a gestão danosa de Zeinal Bava e Henrique Granadeiro que, com Ricardo Salgado, decidiram financiar parte do buraco financeiro do BES com fundos da PT; a apatia do actual Governo PS de António Costa, assim como de BE e PCP, em definirem um rumo para uma empresa tão importante como a PT.

Desta forma, a PT continua à mercê dos interesses privados que, pelo empobrecimento das elites nacionais, é cada vez mais dominado por estrangeiros. O sector da energia elétrica está entregue a capitais chineses. O sector financeiro está entregue a capitais espanhóis e americanos. O sector dos seguros é também, já em grande medida, chinês. O sector da transporte aéreo está entregue a capitais brasileiros. O sector dos correios está também em mãos estrangeiras e aí por diante.

O plano do actual Governo PS, como se vê, é a manutenção e continuidade da venda de sectores estratégicos aos capitais que melhor oferecerem. Como não existem capitais nacionais capazes de o fazer, a venda é feita a estrangeiros. Só sob este Governo já foram vendidos Banif, Novo Banco e agora a PT. Quanto a BE e PCP temos a dizer que é preciso fazer mais. Defender a renacionalização destes sectores é fundamental para a nossa soberania e independência.

Este é sobretudo um problema de perda de soberania mas não é o único problema.

É condenável o Governo anunciar a descida da taxa de desemprego para menos de 10% e defender o combate à precariedade (pelo menos dentro do Estado), quando o que está em curso é a liberalização do mercado de trabalho, à qual correspondem menos direitos, horários desregulados, piores condições de trabalho e baixos salários.

A Altice prepara a transferência de mais de uma centena de trabalhadores para empresas do grupo e colocou mais de 300 sem funções, processos que funcionam como ante-câmara do despedimento. Chegaremos assim a uma situação em que as empresas não terão de ter trabalhadores para funcionarem, dado que todos os que para si trabalham estão em regime de out-sourcing e a termo temporário, expectavelmente sem participação sindical. Lembremo-nos que este não é um problema exclusivo da PT. O Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Telecomunicações e Audiovisual (SINTTAV) estima a existência no setor de cerca de 500 mil trabalhadores com vínculos precários. Isto não falando em todo um país centrado essencialmente no sector dos serviços.

Em cada empresa, a cada necessidade permanente deve corresponder obrigatoriamente um posto de trabalho efectivo contractualizado, com salário adequado e condições dignas para o/a trabalhor/a.

O Movimento Alternativa Socialista está solidário e apoia a luta dos/as trabalhadores/as da PT/Meo. Esta luta não pode estar refém das agendas dos sindicatos e partidos mais ou menos apoiantes do Governo PS e da Altice, mas das suas reivindicações e da sua própria mobilização, com o apoio da sua Comissão de Trabalhadores.

Basta de vender o país! Altice fora de Portugal!

Todo o apoio à greve de 21 de Julho na PT/Meo!

Pela renacionalização da Portugal Telecom e dos sectores estratégicos da economia, como são as telecomunicações.

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