Todo o trabalhador tem que ir à manifestação contra a homofobia e LGBTfobia este sábado. Se por mais nada, pelos seus próprios interesses. Para mudar a sociedade precisamos de toda a gente.
Todos os dias milhões de mulheres, negros e LGBTs em todo o mundo são dispensados de se somar à luta contra a exploração e as injustiças sociais do capitalismo. Isto porque muitos não sonham sequer em chegar perto dos sindicatos e partidos de esquerda, pois lá encontram sempre as mesmas discriminações e opressão que sofrem no dia-a-dia. Porque os seus próprios colegas de trabalho não são capazes de os defender quando são discriminados e humilhados em actos homofóbicos. Não se importam que as mulheres sejam empurradas para funções pior remuneradas. Não respeitam os negros e negras subcontratados a fazer limpezas na mesma empresa.
Se não fizermos da luta contra a opressão uma reivindicação quotidiana do movimento dos trabalhadores estamos a entregar toda essa massa de gente à apatia, à alienação, ao isolamento, e a ser mais um a trabalhar sem reclamar. E a trabalhar muito mais e reclamar muito menos que os outros. Não podemos abdicar de um só soldado ou soldada na luta contra o capitalismo. E caso ainda não tenhamos dado conta, sem os LGBTs, os negros e as mulheres, os trabalhadores homens brancos heterossexuais são… a minoria da sociedade, não a maioria! Que mundo melhor pode essa minoria construir?
Nos 100 anos da revolução russa de 1917 não é demais relembrar que o primeiro país do mundo a legalizar a homossexualidade foi a União Soviética logo após a revolução, apesar de depois ter retrocedido também nisso. Faz parte do nosso património.
A CGTP e o PCP e todas as organizações de esquerda têm o dever de mobilizar as suas bases para sair à rua nestes dias de luta, com tanta força como no 1° de Maio. De exigir que o governo faça mais contra as opressões. Como diz o hino da central sindical: unidade, unidade, unidade. De toda a classe trabalhadora, em toda a sua diversidade.
Operário da OGMA