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Um dia de um utente do Metro de Lisboa

Em Novembro de 2016, fiz uma reclamação, na estação de Metro de São Sebastião, por ter de esperar mais de dez minutos por uma composição, em plena hora de ponta (deviam ser perto das 19 horas).

Hoje, recebi, no correio, a resposta da parte do provedor do cliente. É uma resposta extraordinariamente simples e clara sobre a forma como a situação actual do Metro de Lisboa reflete bem a situação do país, actualmente governado pelo PS, com o apoio do BE e PCP.

Assunto: Circulação de Comboios

Recebemos a sua reclamação apresentada na estação de São Sebastião em 2016.11.02

Começando por apresentar o devido pedido de desculpas pela demora da presente resposta, que por lapso não foi atempadamente enviada, informamos o seguinte:

O incumprimento dos horários vigentes, por vezes decorrem de problemas imprevistos de natureza técnica tais como avarias em material circulante e/ou outras, na denominada infraestrutura, que podem originar indesejáveis delongas no tempo de espera e/ou interrupções na circulação de comboios.

São ocorrências que procuramos resolver o mais rapidamente possível, com o intuito de minimizar os incómodos que as mesmas venham a causar aos clientes.

No presente momento, devido a constrangimentos de natureza económica, acresce que a empresa se debate com uma escassez de recursos humanos no que à operação diz respeito, entenda-se pessoal tripulante, cujas consequências se reflectem inevitavelmente na capacidade da oferta de transporte prestada.

Embora fazendo nosso o seu descontentamento, no que à situação por si descrita diz respeito, não nos é possível, face às razões expostas, proceder a um aumento da actual capacidade de resposta.

Pelos transtornos e/ou inconvenientes causados, reiteramos o noso pedido de desculpas.

Atenciosamente, subscrevemo-nos,

M.E. Borges,

Provedor do cliente

Como o Provedor do Cliente do Metro de Lisboa reflecte e todos nós percebemos, o aumento de imposto sobre os combustíveis, por exemplo, ou o aumento dos passes não serviu para contratar novos maquinistas ou melhorar as condições de funcionamento dos transportes públicos, nomeadamente, o Metro de Lisboa.

Tendo em conta as últimas notícias sobre a CGD e o Novo Banco, fica evidente que os aumentos de impostos sobre o consumo são canalizados diretamente para os buracos financeiros. Fica evidente porque temos dos preços de combustíveis mais caros da Europa.

A Geringonça governa há ano e meio. E desde então tentam convencer-nos que a austeridade é coisa do passado. No entanto, o que vemos é a degradação paulatina dos serviços públicos de transportes. Já para não falar na degradação contínua do Serviço Nacional de Saúde ou da nossa educação.

Este governo não tem dado qualquer passo para investir numa rede de transportes de qualidade, eficiente e segura. Não existindo qualquer investimento na melhoria dos serviços públicos, este governo apenas tem para nos apresentar, como alternativa, a utilização quotidiana do automóvel particular, com nefastas consequências para o meio ambiente, e o recurso crescente aos hospitais e colégios privados.

Questionemo-nos: Será que o actual Governo PS, apoiado por BE e PCP, trouxeram um fim à austeridade?

Queremos mais carruagens de Metro! Queremos mais frequência de passagem! Queremos melhor manutenção, mais segurança! Queremos alargamento da rede a outras áreas do concelho de Lisboa e da Grande Lisboa! Queremos preços mais acessíveis nos passes! Queremos mais e melhores transportes públicos!

 

Utente quotidiano do Metro de Lisboa

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