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Prostituição no Blangladesh: mais um cruel exemplo da decadente moral burguesa

Na sociedade capitalista dos nossos dias, o machismo e a violência sobre as mulheres são problemas gravíssimos, e a selvajaria na luta por obtenção de lucros económicos continua a destruir vidas indiscriminadamente. O que dizer quando a situação atinge patamares verdadeiramente trágicos e desumanos, no que toca à escravatura sexual de crianças. 

Num dos países mais pobres do mundo (e a pobreza é fator que contribui para esta situação), o Bangladesh, a prostituição é legal. Sendo uma questão muito debatida entre os revolucionários, este artigo não pretende focar-se nesse tema (legalidade vs ilegalidade), mas na completa inexistência dos direitos humanos mais básicos destas “meninas-mulheres”, e na completa hipocrisia e indiferença desta sociedade burguesa que, infelizmente, nos governa.

No bordel mais antigo do país, o Kandapara que existe há mais de 200 anos no distrito de Tangail, vivem e trabalham mais de 700 mulheres e meninas. Muitas cresceram lá e muitas nasceram lá, nunca tendo conhecido outra vida senão a prostituição. Instaladas em barracas feitas de chapas de metal, onde não há o mínimo de condições de higiene e de segurança, estas 700 mulheres não podem sair do bordel, não ficam com o dinheiro do seu trabalho sob pretexto de terem que “comprar a sua liberdade”, vivendo completamente à mercê dos clientes e dos proxenetas que as forçam muitas vezes a tomar esteróides para parecerem mais velhas e mais desenvolvidas. Mesmo que consigam pagar a sua “dívida”, a grande maioria continua a viver e a trabalhar no bordel, pois são rejeitadas pela família e pela sociedade em geral. Muitas destas mulheres têm 14 anos ou menos e, lentamente, vão sendo destruídas física e psicologicamente, tendo como única perspetiva um futuro desolador, se sobreviverem a todos os maus tratos e drogas que são forçadas a tomar.

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Num exemplo da completa perversão e hipocrisia da moral burguesa, onde o sexo antes o casamento é tabu e o jogo é ilegal, é permitido e aceitável a constante violação de mulheres e meninas menores de idade, no mais completo desrespeito pelos valores mais básicos que um ser humano deve usufruir: liberdade, dignidade, direito ao trabalho e à sua autonomia, uma habitação condigna, higiene e cuidados médicos, entre outros. Como mulheres e revolucionárias devemos estar totalmente contra isto e denunciar estas situações. Não é este o mundo que queremos. Lutamos por um mundo sem classes, por um mundo onde haja direitos iguais e qualidade de vida para homens e mulheres, para meninos e meninas, pela erradicação do capitalismo e da moral burguesa que destrói cada vez mais vidas e sonhos na sua máquina cruel de exploração humana para obtenção de lucros dos grandes magnatas. Por um mundo com dignidade e respeito para todos, em que todos tenham igual acesso a higiene, segurança, cuidados médicos, trabalho, habitação, alimentação, independentemente do seu sexo, idade, religião, cor, orientação sexual, nacionalidade. Onde cada um possa exercer o seu livre-arbítrio e não viva sob a exploração de outro ser humano.

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