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O sistema que nos oprime e as serras que ardem

Por detrás da figura do miserável incendiário, estão os governos do PS e PSD/CDS-PP que pouco ou nada investem na manutenção, conservação e planeamento da nossa floresta e do nosso urbanismo. Corta-se na conservação da Natureza para de seguida se pagar uma dívida pública absurda, fruto da corrupção e especulação financeiras.

E pronto! Já se esperava, não é? Com a insistente chegada e permanência do tempo quente, de muito gosto de quem veraneia, chegaram os habituais incêndios florestais.

É ver o incessante e heróico rodopio dos bombeiros por esse país fora que tentam fazer omeletas sem ovos, isto é, combater um gigante com os parcos meios de que dispõem. É uma luta titânica ao nível de um David contra um quente Golias que aos poucos, ano após ano, nos vai roubando as florestas da nossas serras e substituindo-as por imensos eucaliptais de crescimento rápido e lucro fácil!

Porque, sejamos honestos… é do lucro que se trata. Só num país em roda louca, num sistema económico que nos esgota o tutano, se permite que, ano após ano, se assista de forma leviana a um delapidar das nossas riquezas.

A UE e os governos de turno, PS e PSD/CDS-PP, tiraram-nos as pescas e tiraram-nos a indústria. Tiram-nos a honra, tiram-nos a riqueza, tiram-nos a soberania e tiram-nos a Natureza!

Por detrás da figura do miserável incendiário, do “maluco” inimputável que “gosta de ver o fogo” ou o relampejar das luzes dos carros dos bombeiros na escuridão da noite, os interesses dos alugueres dos aviões, estão os interesses das madeireiras, os interesses das indústrias de celulose, os interesses do imobiliário, os interesses das ligações obscuras em torno de todo este negócio que enceta fogos em simultâneo, matando à partida qualquer hipótese de combate e de uma luta justa e destruindo os bens de inúmeras famílias.

Por detrás da figura do miserável incendiário, estão os governos do PS e PSD/CDS-PP que pouco ou nada investem na manutenção, conservação e planeamento da nossa floresta e do nosso urbanismo. Corta-se na conservação da Natureza para de seguida se pagar uma dívida pública absurda, fruto da corrupção e especulação financeiras.

As árvores queimadas rapidamente serão cortadas e vendidas. As áreas queimadas estranhamente coincidentes, em muitas zonas, com áreas de caça. A desclassificação dos terrenos que vai surgindo aqui e ali com os interesses do imobiliário à solta, fugazes como o fogo que nos queima todos os anos, ano após ano, amo após amo! Achamos mesmo que tudo isto é inocente?

Acabaram com os Guardas Florestais. Acabaram com o ordenamento florestal. Acabaram com um combate aos incêndios por parte da Força Aérea… tudo isto na sede do lucro fácil, das ligações de interesses que todos os anos, ano após ano, fazem arder Portugal.

O Governo PS, apoiado por BE e PCP, deve reforçar imediatamente os meios de combate aos incêndios, assim como apoiar a reconstrução das casas das famílias afectadas.

Mas isto não basta. É necessário que a protecção e manutenção do nosso património natural sejam prioritárias face aos milhares de milhões injectados na banca. Não basta reforçar os meios de combate aos incêndios. É necessário investir em acções que evitem e minimizem novas catástrofes. O planeamento e limpeza florestais são fundamentais.

Mais: a destruição da vegetação leva a que os terrenos se tornem mais instáveis. Vamos esperar pelas chuvas do próximo inverno para assistirmos aos aluimentos de terras?

 

A manutenção, planeamento e ordenamento dos nossos recursos naturais são urgentes!

Mais investimento nas florestas! Fim da destruição de capitais públicos na banca e PPP’s!

 

Rui Barbosa e Gil Garcia

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