EDP

Greve em Call Centers da EDP por aumentos salariais

Em Junho deste ano, call centers da EDP entraram em greve reivindicando aumentos salariais. O MAS entrevistou um jovem trabalhador que nos explicou os motivos da greve.

Jorge tem 21 anos, trabalha em call center e no call center da EDP há cerca de 1 ano e 3 meses. Recebe o salário mínimo e irá iniciar a licenciatura em psicologia.

MAS: Os call centers da edp estiveram em greve nos dias 20 e 21 de Junho. Qual o motivo da greve?

J: O motivo da greve desses dias foi a falta de consideração que a empresa Randstad tem pelos seus colaboradores, em que após 3 anos sem aumentos a empresa prometeu aumentar os ordenados aos empregados caso ganhasse o concurso com a EDP. Após ter ganho o concurso a Randstad, propôs um aumento de 1 euro para os funcionários que já lá trabalhassem há mais de 3 anos.

MAS: Que balanço fazes dos primeiros dias de greve? Estás optimista sobre os resultados?

J: Nos primeiros dias de greve houve uma enorme adesão, principalmente no primeiro dia, a maior parte das pessoas que aderiram à greve compareceram na porta da Randstad, mas infelizmente, mesmo assim, a empresa não cedeu às propostas do sindicato.

MAS: Como foi decidida a greve?

J: A greve foi decidida com todos os funcionários do call center durante um plenário.

MAS: A edp tem pelo menos 3 call centers em Lisboa: Expo, Lambert e Seia. A greve aconteceu em todos?

J: Em Seia os trabalhadores não aderem às greves, porque nesse call center apesar de trabalharem para a EDP a empresa que contrata não é a Randstad, mas de resto, sim.

MAS:O SIESI (Sindicato Indústrias Eléctricas do Sul e Ilhas) é vocacionado sobretudo para a edp, sendo que não actua noutros call centers. Que opinião tens deste sindicato?

J: O SIESI é um sindicato que está sempre disponível para ajudar os colaboradores, é um sindicato muito funcional, e que faz de tudo para conseguir reivindicar os direitos dos trabalhadores.

MAS: Já existe o STCC – Sindicato de Trabalhadores de Call Center – que procura unir trabalhadores de todos os call centers e defende que esta profissão seja considerada de desgaste rápido. O que te parece desta proposta?

J: Na minha opinião quanto maior for a adesão maiores vão ser os benefícios. Seria muito melhor se os call centers em geral se unissem para lutar pela mesma causa, de certeza que teríamos resultados muito melhores.

MAS: As novas gerações em geral são precárias, recebem mal, e não estão sindicalizadas. Porque achas que é assim? O que te parece necessário para que os jovens precários se organizem para lutar pelos seus direitos?

J: O problema dos jovens em geral é que eles não pensam num bem futuro, eles apenas se preocupam com o presente. Os jovens acabam por se acomodar às baixas condições de trabalho, no entanto penso que os jovens têm de ser encorajados a lutar pelos seus próprios direitos e têm de ser encorajados a acreditar nos sindicatos, algo que infelizmente não acontece na maioria dos trabalhadores.

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