O resultado do referendo britânico é o reflexo das políticas da UE.
Todos os dias nos é impingido que a UE surgiu e é, ainda hoje, um projecto de paz, solidariedade e cooperação entre os povos. Ainda assim, parece não existir povo que viva em paz com tal projecto.
A UE, com as suas políticas e mecanismos, tem significado a protecção de banqueiros, especuladores e corruptos, em detrimento das condições de vida dos povos e em detrimento da soberania dos seus Estados-membros. Para salvar bancos sacrificam-se os capitais públicos, os Orçamentos do Estado e as dívidas públicas. Para salvar bancos sacrifica-se o investimento, a criação de emprego e o desenvolvimento social. Para salvar bancos destrói-se educação, saúde, habitação, investigação científica e transportes. Para salvar bancos destroem-se salários, condições de trabalho e, consequentemente, sacrificam-se as condições de vida de quem trabalha.
Quanto mais capitais públicos são distribuídos pelo sector financeiro, mais austeridade recai sobre as vidas dos povos. O que a UE tem para nos oferecer é a protecção da especulação e da corrupção dos banqueiros por contrapartida da destruição das condições de vida de quem trabalha.
A UE tem-nos trazido precariedade, desemprego, baixos salários, xenofobia, racismo e desintegração. Hoje são construídos muros às portas da UE, as leis de imigração são endurecidas e os refugiados de guerra empurrados para a Turquia. O mar Mediterrâneo está transformado numa vala comum. A extrema-direita cresce e ganha influência.
A desintegração foi consumada pelas políticas seguidas pela UE. O resultado do referendo britânico é apenas uma consequência desta efectiva desintegração, não a sua causa.
A UE e o Euro afundam os povos europeus, divide-os e a extrema-direita aproveita a boleia do descontentamento popular, põe-lhe à cabeça um discurso nacionalista, racista e xenófobo e é quem vai capitalizando a situação política.
É urgente criar alternativas à esquerda. Alternativas que tenham a sensatez de denunciar o Euro, a UE e as suas políticas. Alternativas que tenham a coragem de debater um plano que passe por fora da UE e do Euro. Um plano que se oponha às políticas que nos têm sido impostas pela UE, que se oponha e combata a xenofobia e o racismo. Um plano que coloque na ordem do dia um referendo ao Euro.
Desta forma, o Movimento Alternativa Socialista (MAS) vem, por este meio, convidar todos os activistas, plataformas e organizações independentes, como o economista Jorge Bateira e a Associação Democracia Solidária, e forças políticas parlamentares, como o BE e PCP, para a constituição de uma plataforma política que debata e exija a execução de um referendo, em Portugal.
É urgente um imediato referendo ao Euro e UE!