A Administração do Novo Banco (“NB”) resolveu fazer aos trabalhadores, que não aceitaram a rescisão voluntária que lhes foi proposta, aquilo que nenhum Governo foi capaz de fazer a qualquer banqueiro: impedir a sua entrada num banco!
Após o processo de rescisões “voluntárias” executado pela Administração do NB que, sem qualquer oposição dos sindicatos, conduziu à saída de cerca de 500 trabalhadores do banco, houve cerca de 150 que não aceitaram a proposta que lhes foi feita.
Esta segunda-feira, dia 2 de Maio, a Administração do NB parece ter preparado uma “surpresa” para estes 150 trabalhadores: foram impedidos de continuar a trabalhar através da desactivação dos seus cartões de abertura de portas, assim como foi impedido o seu acesso ao sistema informático.
Esta manobra é ilegal e configura uma situação de assédio moral como forma de forçar os trabalhadores a aceitarem a rescisão de contrato que lhes foi proposta.
Recordemos que o NB foi o banco criado após o rebentamento do maior buraco financeiro português – o ex-BES. O NB foi capitalizado com recurso a capitais públicos em cerca de 4,9 mil milhões €.
Quem paga manda e o Governo PS não pode, por um lado, continuar a salvar bancos como o Banif e, por outro, a permitir que trabalhadores que não aceitem acordos voluntários de rescisão sejam impedidos de trabalhar.
BE e PCP têm aqui, mais uma vez, uma responsabilidade acrescida. A especulação, corrupção e roubo levada a cabo por banqueiros, que BE e PCP têm denunciado nas comissões parlamentares de inquérito parlamentar não é suficiente!
É urgente que BE e PCP pressionem o Governo PS a travar os despedimentos na banca. Não podem permitir que trabalhadores que não aceitaram voluntariamente os acordos de rescisão que lhes foram propostos, sejam impedidos de trabalhar, enquanto o banqueiro Stock da Cunha recebe 384 mil euros de vencimento ao ano.
Os banqueiros especuladores e corruptos têm de ser responsabilizados pelos seus actos. O confisco dos seus bens, espalhados por offshores, é a forma justa de resolver os buracos financeiros. O NB, assim como todos os bancos intervencionados devem permanecer sob a esfera do Estado e este deve controlar a sua actividade e canalizar o investimento para os sectores da nossa economia que se evidenciem mais importantes à criação de emprego e salvaguarda da nossa soberania.
BE e PCP devem opor-se ao impedimento feito aos trabalhadores do NB que não aceitaram a rescisão de contrato voluntária!
Fim dos despedimentos na banca! Confisco dos bens dos banqueiros corruptos!
Controlo público da banca como forma de criar emprego e defender a soberania!