Amândio, Joana Amaral Dias e Gil Garcia

O MAS integra a coligação AGIR

Foi aceite pelo Tribunal Constitucional o pedido que o MAS e o Partido Trabalhista Português, entregaram para formar uma coligação para as próximas eleições, a coligação AGIR.

Além do MAS e do PTP integram o AGIR personalidades como Joana Amaral Dias, que encabeçará a coligação, José Manuel Coelho, ex-PCP, que esteve na linha da frente da luta contra o Jardinismo na Madeira e dezenas de independentes. Porquê a coligação AGIR?

 

Sem unidade, não há alternativa

Passos e Portas querem vender o que resta de Portugal, irão continuar com os cortes e o seu próximo alvo é a Segurança Social. O PS nem se propõe a devolver o que a direita tirou nem em reverter as privatizações, o governo de Costa será igual ao de Passos e talvez se junte com Portas.

A dívida e a austeridade continuam a asfixiar o país. Sócrates está preso e Ricardo Salgado em prisão domiciliária – porque não na cadeia, com os bens confiscados? – mas continuamos a pagar a dívida impagável que nos deixaram.

Angela Merkel tem a UE a seus pés e está apostada em esmagar a Grécia e domesticar Portugal. A esquerda não tem estado à altura: o PCP contenta-se em falar para os seus, não quer ser mais do que oposição. O Bloco de Esquerda tem vindo perder peso por não ter uma estratégia para derrotar PS, PSD e CDS. Divididos, BE e PCP, têm mantido o centrão no poder.

Novos partidos têm surgido: o MAS propôs que aqueles que se opõem à austeridade, à corrupção e a governos com a direita e o PS, se unissem. Nenhum quis. O BE nem quis conversar. PAN, MRPP e JPP preferem ir sozinhos. Marinho e Pinto está disposto a “alianças com o diabo”, ou seja, com o PS e PSD. Já o LIVRE/Tempo de Avançar, embora congregue muita gente que quer derrotar a austeridade, está disposto a unir-se ao PS, o que fará deles ajudantes da austeridade de Costa. Já o PTP e o AGIR viram a necessidade de juntar forças.

Reorganizar a esquerda

O MAS é coerente com a sua proposta de juntar aqueles que à esquerda se opõem liminarmente à austeridade. O MAS quer ajudar a renovar a Assembleia da República, a eleger gente trabalhadora como deputados. Encher o parlamento de moradores dos bairros sociais ameçados pela lei das rendas, de mulheres que lutam contra a violência machista, de sindicalistas que combatem a precariedade, de vozes dos movimentos sociais – de gente que não se vende. Somos muito críticos do que tem vindo a ser o governo do Syriza, mas o terramoto político que foi a sua eleição pode ser repetido cá, sem cair no erro de Tsipras de ceder a Merkel para ficar no euro. Existe uma reorganização a acontecer à esquerda e os revolucionários não podem ficar a ver.

O MAS traz a esta coligação a sua força militante, assim como as suas propostas: o salário mínimo de 600 euros, a prisão e confisco dos bens dos banqueiros corruptos, a suspensão do pagamento da dívida ou um referendo ao euro. E sobretudo trazemos a vontade de alargar, no sentido de construir um espaço amplo de unidade popular contra a austeridade e a corrupção, para substituir quem afundou o país nos últimos 40 por um governo dos trabalhadores e do povo. Os que têm acompanhado o MAS, que se têm desiludido com a ineficácia da esquerda parlamentar, que se têm revoltado contra o actual desgoverno, estão convidados a alargar esta unidade contra a austeridade.

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