No Banco Santander Totta, em particular, existe um projecto chamado “projecto Libra” que tem como finalidade trazer respostas às dificuldades de conciliação e equilíbrio entre a vida profissional e vida pessoal das pessoas, tendo um foco particular na mulher; além do que o Banco detém a “certificação de empresa familiarmente responsável”, mas as bancárias além de discriminação sofrem fortes e tremendas pressões.
No seu quotidiano, as chefias ignoram o tal projecto e repetidamente as mulheres bancárias, em especial as mães e futuras mães sofrem “bocas” e “raspanetes” devido a faltas e ausências, previsíveis e justificadas.
O assédio moral, quando se presta assistência à família, é uma realidade!
As bocas vão desde “você não tem vocação para bancária: talvez fosse melhor pensar noutra ocupação”; “Tamos tramados: agora temos duas de baixa uma tem o filho doente outra vai parir”; “O Jardim Gonçalves é que tinha razão, não queria lá mulheres”.
A pressão é tanta que na licença de maternidade as bancárias são instadas a levar para casa um portátil do banco para poderem continuar a trabalhar, e as mulheres lactantes muitas vezes são transferidas e deslocadas de local de trabalho.
Mas a discriminação não fica por aqui: As avaliações de desempenho não têm em conta as “multifunções” (horas excessivas de trabalho, os filhos, o trabalho doméstico) que condicionam a vida da mulher, além de que existem constantes pressões das hierarquias para que as trabalhadoras reduzam a utilização dos direitos de maternidade (gravidez e aleitação).
As mulheres que compõem o Movimento de Unidade Democracia e Acção Reivindicativa (MUDAR) estão empenhadas em denunciar e combater esta política e defender uma especial organização das mulheres.
Damos todo o nosso apoio e solidariedade à resistência das mulheres trabalhadoras do Banco Santanter Totta, em particular, e a todas as outras que na banca sofrem das mesmas pressões e humilhações.
Raquel Reis
Membro da Comissão de Mulheres do MAS