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Trabalhadores e reformados do Metro de Lisboa em luta contra o OE2014

A greve dos trabalhadores do Metropolitano de Lisboa teve início às 00h00 de hoje, dia 31 de Outubro, e prolonga-se por 24h, encontrando-se o ML totalmente encerrado.

Na noite de ontem e no início desta madrugada realizou-se uma Concentração e Plenário de apoio à greve e ao qual se juntaram centenas de reformados do metro.

Num clima de grande revolta, intervieram no plenário, em ‘microfone aberto’, muitos reformados a quem o Artº 73º do OE2014 pretende retirar na totalidade a pensão complementar que lhes foi legalmente atribuída pelos anos em que trabalharam no ML, um direito contratual desde 1960, ou seja muito anterior ao 25 de Abril.

Estiveram presentes mais de 600 trabalhadores, a maioria deles reformados do ML que se começam a organizar para agir contra este assalto mortal que o governo Passos/Portas/Maria Luis Albuquerque prepara contra eles e as suas famílias.

O ML tem 1450 trabalhadores no activo e 1400 reformados. É por isso muito significativo que um quarto do total dos trabalhadores e reformados tenham ocorrido ao plenário, tanto mais que uma grande parte dos reformados já está a viver nas regiões de origem, e  tiveram de se deslocar centenas de quilómetros.

O governo PSD/CDS lança este brutal ataque contra o ML, contra os seus trabalhadores e reformados, com o objectivo de quebrar a combatividade que os trabalhadores desta empresa têm demonstrado ao longo das últimas décadas e simultâneamente abrir caminho a privatizações e concessões de exploração do ML que nas suas contas de exploração é de facto lucrativo.

O que coloca o ML, e muitas empresas públicas, em dificuldades financeiras são as responsabilidades passadas, efectuadas por ordens dos governos de Portugal e nunca pagas por estes governos que canalizaram para outros fins os milhares de milhões de euros que deviam ir para as obras de expansão da rede e novas linhas (numa década a rede do ML triplicou em quilómetros de extensão e número de estações).

De igual forma vários governos retiraram dos cofres e contas bancárias do ML muitos milhões de euros que estavam destinados à constituição do Fundo de Pensões que garantiria as responsabilidades para com as pensões complementares do ML. É caso para perguntar, para quando a prisão e expropriação de quem roubou e endividou o país e o sector público.

Só com a luta os reformados do Metro poderão evitar o assalto que Passos e Portas preparam. Assim, vai realizar-se um plenário de reformados no dia 7 de Novembro, para debater e decidir formas de acção para dar cabo deste grave problema criado pelo OE2014. A ser aprovado este Artº 73º do OE2014 porá em causa a subsistência  de milhares de famílias. A disposição destes trabalhadores e reformados é lutar para vencer, para eles o nosso apoio e solidariedade.

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