No passado dia 12 de Outubro, o Movimento Alternativa Socialista de Braga realizou um debate sobre as recentes eleições autárquicas.
Presentes estiveram cerca de 30 pessoas na sede do MAS de Braga, entre eles estudantes, desempregados, funcionários públicos, operadores de call centers, entre outros. Todos com a certeza de que temos de fazer algo para derrotar as políticas do governo e da troika, quer local, quer nacionalmente.
As intervenções da mesa estiveram a cargo de I. Sampaio, estudante que participou na campanha pelo Movimento Democrático Alternativo (MDA) e D. Martins, da direcção nacional do partido.
Em Braga, o MAS participou e ajudou a dinamizar uma lista candidata às juntas de freguesia da Sé, Maximinos e Cividade, obtendo 17,4% dos votos, tendo ficado à frente da CDU (13,9%).
I. Sampaio centrou-se mais numa análise dos resultados locais, enquanto D. Martins fez uma análise mais geral dos resultados das eleições.
Do debate ficam algumas questões levantadas pelos presentes: uma, questionava porque é que quando houve momentos de auge nas lutas, tipo 15 de Setembro de 2012, imediatamente tudo se apaga, não tem a esquerda responsabilidade nisto? Na verdade em certos momentos a esquerda parlamentar tem tido um papel de travão das lutas, como é o caso do facto de se ter marcado a última greve geral para muito depois das manifestações fora dos aparelhos sindicais que derrotaram a TSU. Uma greve geral imediatamente depois destas grandiosas manifestações teria abalado e, provavelmente, demitido o governo.
Uma outra questão levantada pela maior parte dos pressentes foi o facto de em Portugal vivermos um bipartidarismo inaceitável entre PS e PSD que também se explica pelo facto da esquerda não se unir. Estas última eleições autárquicas tiveram como vencedores a abstenção e votos em branco/nulos. O PS, que parece se sentir o grande vitorioso, perdeu 300 mil votos em relação às últimas eleições e o PSD 550 mil. Os votos que a CDU ganhou não capitalizam o descontentamento geral, antes este descontentamento foi canalizado, isso sim, nos votos brancos e na abstenção.
Os presentes assinalaram a inexistência de alternativas eleitorais de esquerda para combater o bipartidarismo e para derrotar as políticas de austeridade e a troika. Uma frente PCP-BE teria sido uma alternativa que representasse uma “pedra no charco” na política nacional.
O MAS é uma força política que centra as suas lutas na rua e luta pela unidade política das forças de esquerda no sentido de potenciar essas lutas, unidade para lutar e derrotar governo e troika. Só com a luta podemos alcançar a mudança. Para isso, precisamos da ajuda de todos.
MAS – Braga