Foi com o maior pesar que soubemos hoje (dia 9 de Agosto) da morte de Urbano Tavares Rodrigues, aos 89 anos, de morte natural no Hospital dos Capuchos em Lisboa.
Urbano Tavares Rodrigues foi um professor, jornalista e académico cuja obra é património nacional e internacional, reconhecido por diversos prémios e homenagens, traduzida em diversas linguas. As várias gerações de alunos que o puderam ter como professor também não esquecerão a próximidade, o humanismo e o talento de Urbano Tavares Rodrigues.
Urbano ficará também particularmente gravado na memória da resistência contra a ditadura, da esquerda e do movimento comunista. Foi um resistente anti-fascista durante longas décadas, tendo sido perseguido, censurado, preso e exilado por isso. Tornou-se assim uma referência à esquerda, para aqueles que combatiam a ditadura, referência que se manteve até hoje. Militante do Partido Comunista Português de longa data, distinguia-se especialmente pela abertura que tinha para com os que, há esquerda, não eram do seu partido e tinham ideias diferentes das suas – exemplo disso foi ter subscrito um apelo recente ao Tribunal Constitucional, aquando da não legalização do Movimento Alternativa Socialista.
Por tudo isto, prestamos a nossa homenagem a Urbano Tavares Rodrigues e apresentamos as nossas condolências e solidariedade aos seus familiares, amigos e camaradas, neste dia em que a esquerda e a cultura portuguesa perderam mais um resistente.
Escreveu Urbano em a “Terra Ocupada” que o “instinto de liberdade, o orgulho da sua condição, era a coisa mais importante que um homem podia transmitir a outro homem.” – ele fê-lo e por isso o recordamos e homenageamos.
Pela Direcção do MAS,
Gil Garcia
Lisboa, 9 de Agosto 2013