Reproduzimos o artigo escrito pela Plataforma Unitária “Hay que pararles los pies”, do Estado Espanhol, em apoio à greve geral.
“Disseram que não subiriam os impostos, mas com seis dias de governo subiram-nos e rebaixaram os salários. Disseram “Nunca apoiaremos os despedimentos mais baratos e o corte das políticas sociais”, e mal chegaram ao poder fizeram cortes e decretaram uma reforma laboral que facilita e barateia os despedimentos, corta os salários, precariza o emprego, deixa nas mãos dos empresários o direito de rebaixar arbitrariamente os salários, modificar as condições de trabalhar e fazer EREs (Expedientes de Regulação do Emprego) sem autorização administrativa. Isto não é uma reforma, mas um assalto laboral!
E têm a desfaçatez de dizer que é preciso não esquecer os desempregados, quando as suas reformas os/as tratam como se fossem delinquentes a quem há de obrigar a fazer trabalhos sociais. A sua reforma, como o próprio primeiro-ministro, Mariano Rajoy, reconhece, não só não vai criar emprego, mas prepara 630 mil novos desempregados/as este ano.
Cada medida do governo não é mais que o prelúdio de uma nova e pior. Acabam de aprovar a reforma e já falam de uma nova reforma da Lei de Greve em que buscam restringir ainda mais o direito de greve. Anunciam orçamentos gerais do Estado que, como mínimo (e com a autorização da troika europeia), cortarão mais de 29 mil milhões de euros.
Deste governo dos banqueiros, dos lacaios de Merkel e Sarkozy, não se pode esperar mais do que, como na Grécia, medidas de guerra social ao serviço de pagar a dívida dos banqueiros e encher os bolsos das grandes empresas e multinacionais à custa da miséria dos trabalhadores/as e do povo.
Não há saída a não ser entrentá-los. Por isso, a greve geral de 29 de março (29-M) tem de ser um êxito. O governo diz que uma greve geral não vai servir para nada. Já veremos se serve! O que com certeza não serve para nada é o medo, a resignação, o ficar em casa e esperar para ver, porque se não os paramos eles não vão parar de nos enviar para a ruína. Há que detê-los e o quanto antes melhor.
Os dirigentes de CCOO (Comisiones Obreras) e UGT, pressionados pelas greves gerais que já estavam convocadas para o dia 29 de março em Euskal Herria (país basco), Galiza e Canárias e pelas inúmeras e grandes manifestação de 19 de fevereiro, viram-se obrigados a convocar a greve geral. Mas daqueles que firmaram o “pensionazo” (acordo com o governo que reduziu as pensões), que, com os seus pactos sociais, permitiram que sejamos 6 milhões de desempregados, dos que assinaram com a CEOE (associação patronal espanhola) um acordo vergonhoso há apenas algumas semanas, não podemos esperar nenhuma firmeza na luta.
Têm de ser nós, os trabalhadores/as, a partir das empresas, centros de trabalho, faculdades, institutos e bairros operários, a garantir a greve e dizer que vamos à greve para destruir esta reforma laboral; para suspender os cortes, para exigir um plano de resgate dos trabalhadores e do povo. E não para “negociar” com o governo. O que há para negociar numa reforma que é uma declaração de guerra social, um assalto a mão armada? Não queremos uma greve simbólica, um 29-S (a anterior greve geral) sem nenhuma continuidade. Greve geral… para começar! Mas seguida por um plano de luta para derrotar a reforma e os cortes. Esse plano de luta deve incluir a nossa união com os trabalhadores do continente para que se convoque uma greve geral em toda a Europa. Esse é o caminho.
Chamamos todos os trabalhadores/as a participar na greve.
Chamamos os desempregados/as para que nesse dia se incorporem aos piquetes e à manifestação, porque eles/as são as principais vítimas de uma reforma que fecha as portas à criação de emprego.
Chamamos os estudantes, os jovens, a participar na greve e nos piquetes porque este governo condena a juventude a não ter futuro… nem presente.
Chamamos os reformados/as e pensionistas para que nesse dia saiam com os grevistas às ruas porque este governo da troika, como na Grécia, continuará a roubar as já miseráveis pensões.
Chamamos os pequenos/as comerciantes a somar-se à greve dos trabalhadores porque o governo dos banqueiros e a Lei de liberdade de horários comerciais os empurram para a ruína.
E chamamos todos e todas a participar da manifestação na tarde do dia 29, com os quais queremos a continuidade da luta até revogar a reforma.
Abaixo a reforma laboral e os cortes sociais!
Greve geral e plano de luta até derrotá-los!
Fora o “acordo para o emprego e a negociação coletiva” assinado pelo CEOE-CCOO e UGT!
Nem 1 euros a mais para os banqueiros!
Suspensão do pagamento da dívida e auditoria pública da mesma!
Pela divisão do trabalho!
Pela saúde e educação públicas e de qualidade!
Pelo direito à moradia e contra os despejos!
Por um plano de resgate dos/as trabalhadores/as e do povo”
Plataforma Unitaria Hay Que Pararles Los Pies
Coordinadora Sindical de Madrid (CSM): Alternativa Sindical de Trabajadores (AST), Sindicato Autónomo de Trabajadores Casa de la Moneda Nueva Plataforma (SATNP), Sindicato Unitario (SU), Comisión de Trabajadores Asamblearios (CTA), Plataforma Sindical (PS) (EMT), Colectivo Obrero Popular de Roca (COP), Sindicato Unificado Independiente de Trabajadores del Hotel Meliá Castilla (SUIT), Plataforma Sindical Independiente de Blas&cia, S.A. (PSI); Comisiones de Base (COBAS); Sindicato Ferroviario de Madrid-Intersindical; Sindicato de la Elevación; Comité de Empresa de UPS-Vallecas; Corriente Roja; Partido Comunista de los Pueblos de España (PCPE); Reconstrucción Comunista;