De Espanha…
Em diversas praças espanholas começam a ser levantados os acampamentos dos indignados, um movimento que mostrou cabalmente o descontentamento generalizado da população em relação aos “planos de ajuste” que são propostos aos povos europeus.
Apesar das diferentes dinâmicas em diferentes cidades, há já um rumo apontado: a manifestação de 19 de Julho.
Novamente sob o lema “Democracia Real Já!”, está marcada uma manifestação internacional do movimento, num passo importante para derrubar fronteiras e unir as lutas. Afinal, se os governos europeus se reúnem para nos atacar, não devemos nós também unir-nos para melhor responder?
O movimento dos indignados tem sido amplamente positivo, composto na maioria por uma geração que se vê sem futuro no capitalismo e que está farta do bipartidismo que se generaliza na Europa e das formas de luta convencionais que não lhes dão esperança de vitória. No entanto, é necessário que o movimento se abra a todos os sectores que lutam contra o Governo: a democracia popular deve ser composta por trabalhadores comuns, mas também pelos sindicatos e partidos que os representam e lutam por eles. Só assim será possível unificar as lutas contra o desemprego, contra a precariedade, o corte nas pensões e nas reformas e a destruição do Estado Social.
Depois da unificação internacional do movimento, é preciso que este se abra a toda a classe trabalhadora e a todos os seus sectores de forma a que um Verão Europeu se suceda à Primavera Árabe.
…À Grécia
Na Grécia vive-se há muito um clima de luta contra as infames políticas do FMI. Depois de mais uma ronda de privatizações do plano de “ajuda” (a quem?) com a receita do costume – despedimentos, redução dos benefícios sociais, lay-offs, privatizações de empresas estatais, etc – a economia grega continua sem recuperar, fazendo com que a classe trabalhadora veja a sua conta a subir sem parar.
Assim, os gregos vão avançar, no dia 15 de Junho, par a sua DÉCIMA QUINTA GREVE GERAL desde 2010 contra os cortes sociais. Num país onde os funcionários públicos já perderam 13,% dos seus salários e 11% das suas pensões, a única resposta é a luta unificada e sem tréguas, de forma a que sejam os ricos a pagar a crise.
Citando uma jornalista da Reuters: “Parece que os mercados já se habituaram à tragédia grega, mas os gregos não!”.
Para chegar a Portugal e toda a Europa!
Com o agravar da crise, a burguesia apertará o cerco e fará a maior ofensiva contra os direitos da classe trabalhadora dos últimos anos. Uma ofensiva que se não for derrotada pode fazer descer a qualidade de vida da maioria população para níveis de há muitos anos atrás.
A derrota desses planos só pode ser concretizada na luta popular. É preciso que os europeus se unam em torno de uma saída da crise a favor da classe trabalhadora. Só um programa económico socialista, com emprego para todos e com saúde e educação gratuitas e universais e com um plano de obras públicas que favoreçam a maioria da população poderemos sair da crise. O dinheiro? O dinheiro existe e é mais do que suficiente. Está nas mãos dos bancos e dos banqueiros, dos grandes empresários, das multinacionais com lucros obscenos que não têm parado de crescer. É obrigatória a nacionalização da banca e dos sectores básicos da economia para que esse dinheiro seja colocado ao serviço de todos.
De forma a que este programa se execute, é preciso que se siga o exemplo do movimento dos indignados e que se internacionalizem as lutas. Contra os planos Governos europeus, só a união dos europeus pode dar a volta a isto!
Todos contra os planos de austeridade!
Solidariedade com todas as lutas, como a manifestação de 19 de Junho e a Greve Geral da Grécia a 15 de Junho!
Não à ingerência do FMI! FMI fora daqui!
Emprego para todos!
Educação e Saúde gratuitas!
Que se siga o exemplo da Primavera Árabe!