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Madrid: O 26 de Setembro exige Greve Geral e liberdade para os detidos do 25 de Setembro

A manifestação convocada pelo Sindicalismo Alternativo em Madrid no dia 26 de Setembro, como parte da jornada estatal de luta para defender a palavra de ordem Fora Rajoy e a Troika, Não ao pagamendo da dívida à banca, e a necessidade de uma greve geral até deitar abaixo os cortes e o governo, fez um percurso desde a Praça Jacinto Benavente, passando por Atocha e terminando em Neptuno, agregando mais força à exigência de liberdade para os detidos do dia anterior, 25 de Setembro.

Às 19h iniciou a manifestação, que com mais de cinco mil pessoas tomou a Calle de Atocha e era saudada com simpatia por toda a gente nos passeios e nas varandas. Quando se cantava “Como no te voy odiar, Mariano [Rajoy], como no te voy odiar, si recortas los salarios y sólo quieres privatizar” o “Fuera ya, fuera ya, fuera ya de aquí, la Unión Europea y el FMI”, ou também, “Oe, Oe, oe, oa, a Toxo y Méndez [secretários-gerais da CCOO e UGT] les queremos preguntar, ¿cuántos recortes hacen falta más para convocar una Huelga General?”, as pessoas somavam-se à manifestação. E mais ainda quando se gritava “¡Libertad. Detenidos!”

Os acontecimentos de 25 de Setembro são um facto político de grande importância e as pessoas não comentam outra coisa senão a brutalidade policial que protagonizou esta convocatória. A indignação e o descontentamento continuam a crescer. As cenas vistas através da televisão, muitas delas capturadas pelas câmaras dos manifestantes e cidadãos comuns, já que a polícia requisitou as câmaras da comunicação social, são indignantes.

Até o PSOE, que no dia anterior só sabia falar da “defesa do Estado de Direito”, no dia 26 teve que falar do exagero da actuação da polícia e reconhecer que há uma fissura social no Estado Espanhol, além de uma fissura nacional e institucional.

O 25 de Setembro saldou-se com 64 feridos e 35 detidos. Por isso, o 26 de Setembro solidarizou-se e exige a liberdade de todos, além de colocar a necessidade da construcão da greve geral e da unidade dos movimentos sociais com a classe trabalhadora.

Quando a marcha chegou à Praça de Neptuno, fez-se o encerramento da mesma unindo-se aos manifestantes que já aí se encontravam rodeando, novamente, o Congresso. Em nome das organizações convocantes, Ángel Luís Parras (do Cobas [sindicato alternativo]) manifestou o repúdio pela actuação policial do dia anterior, a solidariedade com os detidos, exigindo a sua libertação imediata, e com os feridos, além da demissão da Delegada do Governo em Madrid bem como do Ministro do Interior. De seguida, José Luís Martínez, trabalhador da Casa da Moeda e uma das vítimas da repressão, saudou a marcha, denunciando, mais uma vez, as declarações da Delegada do Governo e do Ministro do Interior que qualificaram a actuação policial de “excelente” e reiterou o pedido de demissão de ambos. Para finalizar o acto leram o comunicado unitário de todas as organizações convocantes, Jacinto Ceacero (Secretário-gerak da CGT) e Paloma Sánchez, trabalhadora da Casa da Moeda e membro da Coordenadora Sindical de Madrid, reafirmando na sua intervenção o Fora os cortes e o governo, recusando qualquer pacto social e propondo a greve geral.

Esta exigência ganhará mais peso em Outubro, na medida em que a indignação das pessoas aumenta, que em Portugal e Grécia o povo se levanta e mais quando o governo e a troika preparam um novo “resgate”, que significará ainda mais cortes e mais empobrecimento do povo.

Escrito por Corriente Roja

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