Manifestações de protesto contra as medidas de austeridade aplicadas pelos governos aconteceram em várias cidades do mundo neste dia 15 de outubro. Em Portugal, dezenas de milhares de pessoas participaram em Lisboa, Porto, Braga e mais 5 cidades, da convocatória feita por movimentos sociais, como Acampada de Lisboa, M12M, Precários Inflexíveis e 3Rs (professores), entre outros.
Em Lisboa, a manif começou às 15 horas no Marquês de Pombal e prosseguiu até a Assembleia da República, onde os manifestantes acabaram por ocupar as escadarias até então vetadas pela polícia. Muito parecida com a manif da Geração à Rasca, em 12 de março deste ano, lá estavam pessoas de todas as idades a mostrar, de forma espontânea e criativa, a sua indignação com o governo de Pedro Passos Coelho, com a troika e as medidas que querem agora roubar o 13º e o 14º mês, acrescentar meia hora de trabalho por dia e fazer novos cortes na saúde e educação, além de todos os outras medidas de austeridade.
Depois de chegarem à Assembleia da República e ocuparem as escadarias, os manifestantes começaram a assembleia popular que aprovou, de braço no ar, uma concentração no dia 27 de outubro, dia em que será votado o Orçamento de Estado com as novas medidas de austeridade, e uma nova manifestação em Novembro, com data ainda a definir. Foi aprovado também a suspensão do pagamento da dívida pública, uma auditoria cidadã desta mesma dívida e um apelo a uma greve geral com manifestação nacional. A democracia direta, com os manifestantes podendo inscrever-se durante a assembleia popular para dar a sua opinião e fazer propostas, foi um exemplo de como devem funcionar os movimentos sociais.
Em centenas de outras cidades pelo mundo afora houve manifestações de protesto contra a austeridade imposta para salvar a banca e o capitalismo às custas das condições de vida, do salário e do emprego dos trabalhadores e da juventude. A destacar a vizinha Espanha, onde houve manifs em cerca de 60 cidades e foram registados – Madrid e Barcelona – os maiores índices de participação popular do 15 de outubro. Agora é dar continuidade ao movimento, organizando, em Portugal, a concentração de 27 de outubro em frente à Assembleia da República e a nova manifestação de novembro e procurando, junto com as centrais sindicais, realizar uma forte greve geral. É fundamental, ainda, manter a unidade com os movimentos sociais dos outros países, um elemento que proporcionou maior impacto e força ao 15 de outubro.