CP, Carris, IP: Greves no setor dos transportes por melhores condições de trabalho

Desde o início do ano, Portugal tem assistido a uma série de greves significativas envolvendo trabalhadores da Carris, CP (Comboios de Portugal) e Infraestruturas de Portugal. Estes movimentos grevistas, longe de serem meros transtornos para a população, representam um clamor legítimo por justiça, melhores condições de trabalho, aumentos salariais indispensáveis e respeito pelos direitos dos trabalhadores.

Os motivos das greves

Os trabalhadores da Carris, CP e Infraestruturas de Portugal têm-se confrontado com várias dificuldades nos últimos anos que conduziram a estes recentes processos de luta. No caso da Carris, os trabalhadores lutam por aumentos salariais, 35 horas semanais de serviço e com inclusão dos tempos de deslocação dos trabalhadores; no caso da CP, o que está em causa é a chantagem da direção da empresa que, para alargar a todos os trabalhadores o acordo celebrado com um dos sindicatos exige em troca a aceitação da proposta de regulamento das carreiras, o que os trabalhadores não querem; já os trabalhadores das Infraestruturas de Portugal lutam por melhores condições de trabalho e por aumentos salariais.

A importância do apoio das populações

Nós sabemos que estas greves causam sempre incómodos a quem precisa e depende dos transportes públicos. Contudo, nestas lutas o apoio da população às greves é fundamental. Muitas vezes, a opinião pública é moldada pela inconveniência imediata causada pelas greves, como atrasos e interrupções no transporte. No entanto, é crucial lembrar que os direitos e condições de trabalho que hoje são considerados normais só foram conquistados através de lutas como estas.

Apoiar as lutas destes trabalhadores é fundamental para a defesa destes direitos.

Estas lutas destacam a necessidade de condições de trabalho dignas e salários justos, e representam uma resistência essencial contra a precarização crescente do trabalho hoje.

Apoiá-las é não apenas um ato de solidariedade com os trabalhadores, mas também uma afirmação de compromisso com um futuro onde o trabalho seja valorizado e respeitado. Em tempos de crise e mudança, é mais importante do que nunca estar ao lado daqueles que lutam por justiça e dignidade no trabalho. Na verdade, as organizações representativas dos trabalhadores (sindicatos e/ou CTs) deveriam estar a procurar articular e confluir em formas de luta conjuntas, pois as ‘entidades patronais’ privadas ou ‘públicas’ (Câmaras e o Estado) são comuns e em se mostrarem um obstáculo à satisfação das reivindicações. Talvez preparar um dia de greve geral de todo o sector dos transportes obrigasse as diversas autoridades a reagirem mais favorável aos trabalhadores. De qualquer forma o MAS estará nesta luta solidário com as formas de luta que os trabalhadores considerem mais justas e oportunas, decididas nos seus plenários.

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