PROFESSORES E PARTIDOS: Afinal quem esteve verdadeiramente ao lado da luta docente?

As eleições aproximam-se e agora todos partidos dizem estar ao lado da classe docente. Mas será verdade?

Durante 2018 um conjunto de professores (sem qualquer conotação partidária ou sindical) promoveu uma Iniciativa Legislativa Cidadã (ILC) para a contagem de todo o tempo de serviço para todos os docentes. Desde o início, a ILC foi fortemente atacada por destacados dirigentes dos sindicatos tradicionais e pelo próprio parlamento que a tentou inviabilizar de uma forma ignóbil. Perante um poderoso ataque a uma iniciativa de professores (com mais de 20 000 subscritores) quais os partidos ou os dirigentes das “novas” forças partidárias que estiveram ao lado dos professores? Na verdade poucos professores saberão qual foi o único partido que esteve ao lado da ILC…

Mas será esse exemplo um caso isolado? Infelizmente não. Senão vejamos, como é público, no ano passado os professores realizaram uma forte greve levando o Ministério da Educação (ME) a fazer intensos ataques ao direito à greve e às férias docentes. Essa forte greve às avaliações que teve início a 4 de junho foi fortemente atacada não só pelo ME mas também por outros sindicatos tradicionais docentes, além de estrategicamente silenciada pelos principais media pelo menos até dia 15 de junho. Novamente perante intensos e ignóbeis ataques a esta greve (com forte impacto nos anos de exame), quais os partidos que estiveram ao lado dos professores (de 4 a 15 de junho de 2018) contra o governo ou quem esteve com silêncios cúmplices?

Infelizmente nenhum partido parlamentar (nem os atuais dirigentes das novas forças partidárias tão apoiadas por alguns dos principais media) nestas alturas tão importantes se posicionaram ao lado dos professores e da sua legítima luta nomeadamente em defesa da contagem integral do seu tempo de serviço. Nem mesmo os grandes partidos da esquerda parlamentar (PCP e BE), estes mantiveram um silêncio ensurdecedor com nenhuma referência/apoio à greve dos professores de 4 a 15 de junho (ou da própria ILC quando estava a ser brutalmente atacada) contrastando com um apoio evidente apenas à greve a partir de 18 de junho dos sindicatos tradicionais até 13 de julho…

Mais uma vez o único partido que esteve ao lado dos professores nessa greve e pela ILC foi o Movimento Alternativa Socialista (MAS) como se pode comprovar nos links seguintes.

Apoio do MAS à ILC: https://www.mas.org.pt/index.php/editorial/180-editorial/1655-o-mas-apoia-a-iniciativa-legislativa-cidada-dos-professores.html

Apoio do MAS à greve dos professores: https://www.mas.org.pt/index.php/nacional/professores/1582-convocada-pelo-stop-greve-de-professores-em-centenas-de-escolas.html

Mas então porque é que a maioria dos professores desconhece estes factos e alguns, profundamente desiludidos pela acção de todos os partidos parlamentares, até dizem (nas redes sociais) ponderar abster-se ou votar em forças partidárias xenófobas/racistas como o BASTA ou PNR?

Provavelmente a maioria não conhece o MAS porque para os poderosos (e os principais media que estes controlam) só convém divulgar o que lhes interessa. Por isso também se nota uma desproporção abismal entre a cobertura mediática que se dá aos grandes e os chamados pequenos partidos. Naturalmente cada professor poderá fazer o que quiser nas próximas eleições, mas pelo menos que o faça sabendo estas verdades inconvenientes para muitos. Há colegas que dizem estar a ponderar votar nas chamadas “novas” forças partidárias com nomes de “BASTA” e “ALIANÇA” (ou outros) mas quando os professores foram intensamente atacados essas “novas” forças nem disseram “basta” a esses ataques nem fizeram “aliança” com os professores… Também há docentes que falam em abster-se como forma de protesto… Uma coisa é certa, se a abstenção resolvesse alguma coisa, já há muito que estaríamos melhor. Ou já nos esquecemos das eleições europeias com mais de 60% de abstenção e que tudo ficou como antes?… E votar branco/nulo ou escrever algo como “sou professor”?…. Apesar de compreendermos a indignação, se repararmos, isto na prática favorece os poderes instituídos, na medida em que assim, os mesmos de sempre precisarão de menos votos para ganhar a maioria dos lugares de poder.

Se queremos que o nosso voto dê mais voz/força a quem efetivamente tem estado ao lado dos professores e de outros trabalhadores contra os poderosos interesses instituídos, há já uma alternativa que o Poder tenta silenciar desde o início. Este sistema que nos explora e oprime está muito bem montado e como o parlamento tentou inviabilizar uma Iniciatia Cidadã (ILC) que não controlava, o Tribunal Constitucional (onde a maioria dos juízes são indicados pelo parlamento) tentou inviablizar o nascimento de um partido que também não controla, fazendo com que o MAS seja o único partido em Portugal que foi obrigado a recolher duas vezes as assinaturas necessárias para a sua legalização: https://www.mas.org.pt/index.php/mas/600-comunicado-mas-entrega-de-novo-10-mil-assinaturas-ao-tribunal-consitucional-.html

Essa alternativa nas próximas eleições europeias é encabeçada, provavelmente pela primeira vez na história destas eleições, por um trabalhador que recebe o (miserável) salário mínimo português e que denuncia os privilégios da classe política e dos banqueiros que afundam o país.

Dizem que todos os partidos são iguais MAS há um diferente!

Professores do MAS

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